Na Primavera, Holambra recebe com chuva de flores
Quem não foi,
ainda terá tempo de sobra para dar um pulinho até lá. Afinal, a 36ª Expoflora em Holambra, aberta no
último fim de semana de agosto, só terminará em 24 de setembro, em plena
primavera. Uma atração imperdível está reservada sempre para o fim da tarde,
quando os milhares de turistas são brindados com o fantástico espetáculo da
chuva de pétalas. Cerca de 150 quilos de pétalas coloridas, correspondendo a
800 dúzias ou 18 mil botões despetelados um a um, são lançados, por um
equipamento especial, sobre a multidão, ao ar livre.
Se você acredita em
lendas, então tente pegar uma pétala antes de cair no chão, faça um pedido e o
seu desejo será atendido. Não custa tentar. A Estação mais aguardada do ano
fica assim ainda mais irresistível nesta pequena e acolhedora estância
turística, distante 140 quilômetros da capital paulista e bem próxima de
Campinas.
Em sua primeira
edição, em 1981, o evento, organizado
por alguns produtores de flores e plantas da Cooperativa Agropecuária
Holambra, teve a duração de apenas um
fim de semana e atraiu um público de 12 mil pessoas. Na nona edição, em 1989,
com sua fama ultrapassando as fronteiras do país, e explorando o slogan “Uma
Festa Tipicamente Holandesa”, recebeu 150 mil visitantes. Um número que agora,
a exemplo do ano passado, de acordo com a expectativa dos cerca de 500
produtores das Cooperativas Veiling
e Cooperflora, deverá manter-se
em torno de 300 mil pessoas nos 16 dias de sua realização, de sexta a domingo.
E, neste ano, incluindo também o feriado de 7 de Setembro.
A cada ano a
Expoflora consolida a sua condição de a maior exposição de
flores e plantas
ornamentais da América Latina, além de ter se tornado um produto turístico de
significativa importância para a economia da região e do país, num ambiente
ideal para a realização de grandes negócios. Na atual edição, estão sendo
investidos cerca de R$ 4,3 milhões, gerados 1.800 empregos diretos e 5 mil vagas (diretas ou
indiretas), e os reflexos na economia
da região são de R$ 24 milhões nas cidades localizadas num raio de 80
quilômetros de Holambra. A produção representa cerca de 45% de toda a comercialização no Brasil
foto: Ateliê da Noticia |
Segundo o Instituto Brasileiro de
Floricultura (Ibraflor), apesar da grave situação econômica que vive o país,
isso não está se refletindo no mercado de flores. A previsão é terminar 2017
com um crescimento próximo de 9% e faturamento estimado em mais de R$ 7,2
bilhões. Para este resultado positivo, a entidade aponta alguns fatores: a
otimização de custos, investimento em novas variedades, como acontece na
Expoflora, a disponibilidade das flores e de plantas ornamentais sempre mais
próximas do consumidor nos locais de venda e o planejamento no longo prazo
feito pelos produtores.
O público que vai ao parque onde é
realizada a Expoflora encontra uma
completa infraestrutura no espaço de 250 mil
metros quadrados, sendo que só a área de exposição de flores tem 750 m2. Dispõe
de estacionamento para 5 mil veículos em sistema rotativo, duas praças de
alimentação com 16 lanchonetes e sete restaurantes (de fast-food até pratos da
culinária nacional e da cozinha típica holandesa), duas confeitarias típicas
(Martin Holandesa e Doce Rosa), dois postos médicos, 220 sanitários, caixas
eletrônicos (24 horas) e uma agência do Banco do Brasil, áreas de descanso com
bancos à sombra de árvores, fraldário, bebedouros, lojas de souvenir, três
pavilhões para vendas de mais de 2.500 variedades de flores, plantas e arranjos
(Shoppings Vermelho, Verde e Azul), que oferecem 250 estandes com artesanato,
produtos industriais para decoração, moveis e utensílios domésticos, e postos
de atendimento com equipes de apoio para
informar e orientar os visitantes.
foto Ateliê da Noticia |
Museu, moinho e danças típicas
foto: Atelier da Noticia |
A Holambra, antiga colônia holandesa,
cujo nome vem da união das palavras Holanda, América e Brasil, é chamada, com
toda razão, de “A Cidade das Flores”.
Claro, então, que elas são as donas da Expoflora que, todos os anos,
serve de vitrine para as novidades e tendências para a floricultura nacional.
Na atual edição, por exemplo, os lançamentos incluem os cactos mandacarú sem
espinho; o cacto-coração; as mini-orquídeas phakaenopsis, com cerca de 60
flores em suas hastes; os kalanchoes de vaso nas variedades Chloe laranja, com
leve fragância de mamão papaya, e Maxime, cor de rosa claro e com flores de
15mm, maiores do que as convencionais, e a lantana bandana, para jardins, com
mix de cores diferentes, além das novas tonalidades das rosas Charm Candy
Avalanche, diferenciadas por ter um botão principal e de dois a quatro
secundários para aumentar o volume dos buquês.
O ideal é chegar logo ás 9 horas e permanecer até os portões se
fecharem, às 19 horas. Assim, dará tempo para ver as demais atrações, comer
bem, fazer compras de artesanato ou souvenir e o seu vaso ou arranjo. De
flores, sem dúvida.
O roteiro dos passeios pode começar
pela Exposição de Arranjos Florais, em
12 ambientes, tudo muito criativo e
exótico, produzidos pelos paisagistas e decoradores holandeses Jan Willem van
der Boon e Jessica Drost. São utilizados na decoração, incluindo as reposições,
2.000 vasos de flores e 262 mil hastes de mais de 3.500 espécies diferentes,
doadas pelos produtores das cooperativas.
foto: Ateliê da Noticia |
Ao visitar a Mostra de Paisagismo, com
19 ambientes, os turistas recebem sugestões de especialistas sobre a melhor
maneira de usar as flores e as plantas ornamentais em residências. Os projetos
paisagísticos e de decoração mostram as tendências da primavera/verão.
Para aproveitar melhor o seu tempo,
faça um city-tour pela Holambra, oportunidade em que conhecerá detalhes da
história e da arquitetura da ex-colônia holandesa. No trajeto, há uma parada no
Moinho de Vento, em tamanho natural e a um campo de cultivo de flores.
foto Ateliê da Noticia |
Outro atração é o
Museu Cultural, que preserva toda a história da imigração e colonização
holandesa no Brasil. São perto de 2 mil fotos e utensílios trazidos pelas
primeiras famílias dos pioneiros. Ao lado do museu, os visitantes podem
conhecer réplicas das casas de pau-a-pique e alvenaria, habitadas pelos
imigrantes, com mobília e objetos usados por eles no seu cotidiano, além de uma
exposição de maquinários e tratores antigos.
A partir das
14h00, em palcos instalados próximo das Praças de Alimentação, cada um com um
nome e decoração de uma flor (Rosas, Lírios, Petúnias, Iris e Tulipas) há
apresentações de grupos de danças típicas holandesas. Com uma ponta de orgulho,
os organizadores garantem que se trata do único grupo no mundo a mostrar
coreografias de diferentes regiões da Holanda. Tudo é resultado de uma
minuciosa pesquisa feita pelo professor Piet Schoemaker. Os participantes, de
acordo com a idade, são divididos em grupos que têm nomes de flores, escolhidos
pelos próprios participantes.
foto: Ateliê da Noticia |
As danças são
inspiradas na natureza (dança da chuva, do pica-pau
e a polca no gelo, que
lembra a patinação), nas profissões e ofícios (sapateiro, lavadeiras,
marinheiro, no ato de bombear água, na preparação da cerveja), nas colheitas
(carregador de feijão, cevada madura) ou mesmo em histórias sobre a origem e as
tradições do povo holandês, representadas por meio de valsas, marchas, mazurcas
e o schots (que se tornou xote). Também há exibição de dança do ventre e shows
da Fanfarra Amigos de Holambra, com 70 integrantes que usam tamancos de madeira
como instrumentos de percussão e trajes típicos do seu país.
foto Ateliê da Noticia |
foto: Ateliê da Noticia |
No final da
tarde, ás 16h30, o público se dirige para perto do Palco do Moinho, onde há a
concentração para a "Parada das Flores". O espetáculo reúne todos os
artistas em um desfile e, durante o percurso os visitantes seguem a marcha e tomam parte na
festa. Nesse clima, ao som de muita música, percorre-se toda a extensão do
parque até chegar ao local para assistir à fantástica "Chuva de
Pétalas". É uma sensação indescritível ficar sob uma chuva de 150 quilos
de pétalas de rosas, lançada no ar por um canhão especialmente projetado para a
Expoflora.
Quando o tempo
colabora, e desde que haja disponibilidade de flores, pode acontecer um
replay do espetáculo, às 17 horas. E com uma novidade: o lançamento é feito a
partir de um helicóptero, e o vento espalhe as pétalas por todo o parque.
Nenhum turista reclamará se isso acontecer sempre.
Delícias gastronômicas
A Expoflora é
também uma boa oportunidade para se provar algumas das delícias da culinária
holandesa nas duas praças de alimentação. E de uma forma bem criativa e
inovadora. São servidas em potinhos, com pétalas vermelhas, amarelas e laranjas
prontas para serem degustadas.
foto: Ateliê da Noticia |
Entre as novidades
deste ano, estão sobremesas no formato de flores, como a Appelbloem (flor de
maçã na junção das palavras holandesas appe - maçã e bloem - flor) da
Confeitaria e Restaurante Martin Holandesa, e a Flor da Terra, uma rosa de
biscoito, bolo de chocolate triturado e brigadeiro de hortelã, tudo dentro de
um vasinho, no Casa Bela. Há também a torta Toffee com ganache de especiarias.
Já o Oma Bepple apresenta uma versão do stroopwafel, um biscoito típico
holandês tipo waffle recheado com calda de caramelo e com cobertura de
chocolate.
foto: Ateliê da Noticia |
Não faltam os pratos típicos, como o Eisben (joelho
de porco), que é servido desfiado junto com salsichões e escondidinho sob dois
purês de batata e de queijos (Hollandse Verbogern), e o Prato do Opa (vovô em
holandês), um filé mignon grelhado e servido com três purês típicos, molho de
maçã verde e cebola échalote.
As crianças podem experimentar o Picolelé, que elas
montam do jeito que preferirem. É uma novidade da sorveteria Vanilia Ice, que
também criou para esta edição sorvetes de beterraba e de bacon.
Origem de Holambra
Terminada a 2ª Guerra
Mundial, que devastou a Europa, levas de imigrantes de diversos países escolheram
o Brasil em busca de novas oportunidades
para recomeçar a vida. Por meio
da KNBTB (Katholieke Nederlandse Boer en Tuiemers Bond), que significa
Organização dos Lavradores e Horticultores Católicos da Holanda, houve contatos
com o governo brasileiro e ficou acertada a compra da Fazenda Ribeirão, em
1948, de propriedade do grupo norte-americano Amour. Os recursos foram
concedidos pelos governos da Holanda, do Brasil e do Estado de São Paulo.
Com o apoio, foi iniciado um projeto de
colonização agrícola nas terras localizadas entre os municípios de Jaguariúna,
Santo Antônio de Posse, Artur Nogueira e Cosmópolis, coordenado pela
Cooperativa Agropecuária Holambra. Esta foi a base da futura comunidade que se
emancipou oficialmente em 30 de dezembro de 1992, após um plebiscito realizado
em ano antes.
fonte Ateliê da Noticia |
Mas, o início não foi fácil
para os imigrantes holandeses, que tiveram que superar toda sorte de dificuldades
como a clima, língua, costumes, religião e cultura no convívio com os
brasileiros. Além disso, as primeiras tentativas de criar o gado holandês não
tiveram êxito e a agricultura, que era a proposta original, também não deu
certo pela falta de orientação e adaptação das culturas escolhidas,
principalmente a batata. Muitas famílias desistiram e regressaram para a
Holanda ou foram para o Sul do Brasil.
Para os que ficaram, tudo
começou a melhorar com a implantação de uma fábrica de ração e do abatedouro de
aves, a venda de ovos e a produção de frutas cítricas que possibilitaram bons
rendimentos por algumas décadas. Mas, efetivamente, as coisas mudaram
definitivamente a partir do momento em que a colônia decidiu pelo cultivo de flores,
particularmente com a importação de tecnologia vinda da terra natal, a Holanda.
Hoje, a ex-colônia holandesa é uma das cidades
mais seguras e de melhor qualidade de vida no país. Apesar de ter uma população
que não chega a 13 mil habitantes, ganhou projeção internacional com a
Expoflora, a maior exposição de flores e plantas ornamentais da América Latina,
e responde por 45% da comercialização no
Brasil. E se transformou num destino
turístico cada vez mais procurado nesta época do ano.
Serviço
A Expoflora ficará aberta
até o dia 24 deste mês, no horário das 9 às 19 horas, Os ingressos (R$ 46,00)
podem ser comprados na bilheteria do próprio Parque, nos dias do evento, no
site www.ingressorapido,com.br ou com os representantes informados no site www.expoflora.com.br
Mais informações com o
Ateliê de Notícias – (19) 3252-9385 – expoflora@ateliedanoticia.com.br
Oi amor. Depois do guarda Luizinho, esse post foi para mim o melhor até agora. Parabéns querido, maravilhoso, fotos lindas e um texto muito agradável de se ler. Bj.
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