sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Edifício Martinelli foi um “sonho de ficar mais perto do Céu”

Martinelli visto da av S.João- foto Google
Ele surgiu há quase um século. Com início em 1924, foi inaugurado duas vezes: a primeira em 1929, com 12 andares, e a segunda em 1934, com seus atuais 30 andares. Projetado pelo engenheiro-arquiteto húngaro, William Fillinger, contratado pelo seu idealizador, o comendador italiano Giuseppe Martinelli, demorou 5 anos para ser concluído. É que a construção de um prédio tão alto,  gerou polêmica e chegou a ser embargada pela Justiça, em 1925, sob o argumento de que tinha ultrapassado o limite estabelecido pela Prefeitura, não era segura e poderia desabar.

Giovanni Martinelli - foto Wikipédia
Martinelli  superou todas as barreiras, teve paciência, foi persistente e foi acrescentando andares. E quando o prédio atingiu os 25, em 1928, ergueu uma Vila Italiana, com um palacete para sua moradia, completando assim os 30, seu maior objetivo. Estava no ponto mais alto da cidade. Talvez, quem sabe, para ficar “mais perto do Céu”, de acordo com alguns comentários  a ele atribuídos na época..

O Edifício Martinelli, com 130 metros, foi um marco na história da arquitetura paulistana. É  todo feito em alvenaria e concreto. A maior parte do material era importada, incluindo o cimento, que veio da Suécia e  da Noruega. O prédio, na ocasião, o mais alto da América Latina e o segundo do país, esteve perto de ser demolido pela Prefeitura, sua atual proprietária, depois de um período de decadência, devido ao descaso, ausência de manutenção  e ocupação desordenada, quando deixou as colunas sociais da mídia para frequentar á páginas do noticiário policial. E não foi sem razão, pois muitos crimes e suicídios ocorreram nas suas dependências.

Felizmente, para enriquecer a paisagem urbana, o prédio, cuja construção  rompeu com os padrões da época, e apresentava traços de arquitetura francesa, foi reformado e preservado na gestão do prefeito Olavo Setúbal, em 1975. A reabertura ocorreu em 4 de maio de 1979.

Desde então, passou por outras obras de restauração e atualmente tem seis andares ocupados pelo Sindicato dos Bancários e os demais pela Secretaria Municipal de Habitação, Cohab e Emurb e numerosas empresas privadas. O Edifício Martinelli tem mais de 2.000 dependências e um movimento diário de 3 mil pessoas que ali vão a trabalho.

Terraço e palacete - foto Google
É de se lamentar que a sua principal atração, o terraço da Vila Italiana do Comendador Martinelli, com 800 metros quadrados, e palco de muitas festas, bailes  e recepções no seu passado áureo, e de onde se têm vistas fantásticas de São Paulo, não esteja aberta à visitação. O que acontecia até março deste ano, sempre aos sábados.

Nos últimos três anos chegou  a receber 60 mil pessoas,
Turistas no prédio - foto Cantinhodena.com.br
desde turistas comuns do Brasil e de fora, até artistas famosos do cinema e da TV, que conheceram toda a história do Martinelli e do milionário empreendedor e seu idealizador , o comendador Giuseppe Martinelli. Contada em detalhes pelo guia  Edson Cabral, que atuou nas Rádios Gazeta e Bandeirantes. Ele trabalha no edifício há 12 anos, foi supervisor geral da segurança  e é seu atual  relações públicas. Segundo informações do síndico do prédio, Sinval Vilachi,  a visitação ao terraço e outros eventos no local foram suspensos até que seja concluído e executado um projeto, em elaboração, para uma nova reforma. Mais uma das muitas em sua história, de altos e baixos.  

Mas, os paulistanos  e turistas que passam diariamente pela  rua Líbero Badaró, onde fica uma das entradas do edifício, pelo menos  têm a oportunidade de conhecer  o lendário Café Martinelli – Midi, um dos condôminos do pavimento  térreo do velho Martinelli.

Com projeto que remete à época da inauguração do prédio,  o estabelecimento  funciona ali  desde outubro de 1993. Tanto suas mesas e objetos de decoração são originais e o Café se orgulha de ter sido eleito o melhor da cidade, durante três anos, nos quesitos comida, ambientação e serviço, por uma revista e um guia especializados.

Além do expresso, feito com grãos 100% arábica, tradicional ou orgânico, são servidos cappuccinos, chocolates, drinks e salgados de qualidade.  Quem quiser almoçar, encontra uma culinária típica de bistrô, que inclui pratos como  o Vol-au-vent (torta de massa folheada, com 10 cm de diâmetro, servida com variedade de recheios e acompanhada de salada ou arroz branco).  O cardápio tem ainda massas, carnes, peixes, quiches e croques.  Se você não dispensa uma boa sobremesa, pode escolher entre brownies, tortas feitas na própria  cozinha do Café Martinelli, e sorvetes.

Filme e orquestra na inauguração

Exatos 22 dias antes do início da Grande Depressão, quando houve a Crise da Bolsa de Valores de Nova York , que quebrou a economia mundial e gerou também uma grave crise política no Brasil, o prefeito Pires do Rio inaugurou, em 2 de outubro de 1929, o luxuoso e charmoso Edifício Martinelli.

Martinelli visto de fora - foto GS Noticias
Para a sua construção, o comendador Giuseppe Martinelli comprou um terreno de 2 mil metros quadrados na esquina da av. São João com a rua São Bento. Na obra, exemplo paulistano do  Art Decó, Martinelli escolheu acabamentos luxuosos. Chamavam atenção as portas de pinho de riga, as escadas de mármore carrara, a decoração das paredes com papéis belgas, a louça sanitária inglesa e os elevadores suíços. Além de pinturas a óleo em algumas salas e 40 km de molduras de gesso em arabescos. Alguns números do edifício são impressionantes: a área total construída é de 48 mil metros quadrados, tem 60 salões, 2.133 janelas, 1.051 degraus e 12 elevadores.

Apesar de ser uma entrega parcial, pois o prédio tinha na ocasião apenas 12 dos 30 andares com os quais foi finalizado em 1934, transformou-se em um grande evento social, animado pela orquestra do Maestro Gabriel Migliori e com a exibição do filme “O Pagão”, estrelado por Ramon Navarro. A partir daí, todos os que chegavam a São Paulo  faziam questão de conhecer  o Martinelli e contemplar a cidade lá do alto. Entre as personalidades que registraram sua presença no edifício que se tornou um marco da metrópole estavam o Príncipe de Gales, em visita à Capital, e Júlio Prestes, que na ocasião era o Presidente do Estado.
Vista do 26ºandar - foto Trip Advisor

No mesmo ano, Giuseppe Martinelli mudou-se para o prédio com sua família, formada pela esposa, duas filhas e a sogra. Estava concretizado seu antigo sonho.de erguer o primeiro arranha-céu de São Paulo. E este fato gerou uma curiosidade: muitas pessoas mostravam receio de passar pelo local, acreditando que a gigantesca obra poderia desabar. Então, para demonstrar que não havia este risco, ele foi ocupar a “Vila Italiana”, de três andares, que havia construído a partir do 26º andar, para sua residência. 

Arturo Patrizi, um professor de dança, foi o primeiro inquilino do Martinelli, onde montou uma escola para dar aulas e que alcançou grande sucesso na época.

O Martinelli, na sua fase inicial, era dividido em três setores: na rua Líbero Badaró ficava a parte residencial, destinada aos ricos da cidade; a da rua São Bento foi reservada para a área do comércio e, a da av. São João, abrigava o Hotel São Bento e os salões Verde e Mourisco,  bastante procurados pela elite paulistana.

No edifício também funcionou  o famoso Cine Rosário, então o mais sofisticado cinema da cidade e que se tornou ponto de encontro nas noites de sexta-feira.  

Quebra da Bolsa, venda e leilão

 A quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, com consequências na economia de todo o mundo,  liquidou com os planos do conde Martinelli.  Ele contava que o edifício seria ocupado pela classe rica da cidade, mas com a crise, houve grandes perdas e não conseguiu  vender os apartamentos para recuperar todo o dinheiro que investiu na obra.

documento do embargo- foto: Google
Sem recursos para saldar as dívidas, restou como única alternativa  vender o prédio para o Instituto Nazionale di Crédito per il Lavoro Italiano all’Estero (ICLE), em 1933. O Banco ficou com o prédio até 1943..

Mas, surgiu um fato novo, quando a Itália, aliada da Alemanha na 2ª Guerra Mundial, afundou  navios brasileiros. O governo do Brasil confiscou os bens dos cidadãos italianos, alemães e japoneses existentes no país. E o Edifício Martinelli ficou sob administração Federal e, em seguida, foi a leilão.

Como nesta ocasião, o conde Martinelli já havia  recuperado sua condição econômica e financeira, que lhe permitiu construir, inclusive, 14 prédios no Rio de Janeiro, tentou reaver o prédio que, entretanto, foi vendido para Milton Pereira de Carvalho e Herbert Levy.  Na sequência, o prédio foi fatiado pelo Banco do Brasil  e passou a ter 103 proprietários. 

Assim,  tornou-se  o primeiro edifício do Brasil a se transformar em condomínio, com cerca de 70% nas mãos do poder público e 30% do setor privado.

De acordo com os registros da época, condôminos importantes passaram pelo Martinelli. Foi sede, por exemplo, do Partido Comunista, e no mesmo andar do Partido Integralista. A UDN também instalou-se no prédio, assim como agremiações esportivas como o Palmeiras,e a Portuguesa de Desportos, e entidades  como o Instituto Dante Alighieri, a Ordem dos Músicos, além da Federação Paulista de Medicina e o Sindicato dos Alfaiates.

Degradação e renascimento

A história  do “Edifício Martinelli foi marcada também por um longo período de degradação, e alguns  mistérios. Na décadas de 60 e 70, sob administração dos 103 proprietários, e com o nome alterado  para Edifício América, transformou-se em um cortiço, por ser uma alternativa barata para se morar no centro da cidade. Os responsáveis perderam o controle do prédio, o que fez com que um grande número de pessoas o ocupasse. E foram adaptando as estruturas existentes às suas necessidades, usando os tanques para lavar roupa como pia e os sanitários para servir de cozinha.

Acompanhando  a decadência, o Hotel São Bento, aberto para ser um dos mais requintados e receber hóspedes de alto nível, passou a ser cada vez menos  utilizado e pouco a pouco foi sendo desativado.

A partir de então, o Martinelli passou a ocupar  diariamente as páginas da crônica policial, pela ocorrência de assassinatos, alguns até hoje não elucidados, casos de prostituição e suicídios. E, como não poderia deixar de ser, surgiram histórias de que o prédio ficou mal assombrado e, claro, com a presença do fantasma de uma mulher loira que caminhava à noite pelos seus corredores.

Quem entrava no interior do prédio, encontrava de tudo um pouco: igrejas e prostíbulos, bares, bilhares, danceterias e apartamentos detonados. As famílias que ali moravam tinham que conviver com o mau cheiro, iluminação clandestina e precária. Sem falar no medo constante dos marginais que circulavam e se escondiam nas dependências do edifício.

 Para completar este quadro, os corredores ficavam sempre às escuras, o lixo, em certa oportunidade, alcançou a altura do 6º andar  e só seis elevadores estavam em operação.
Quando já havia chegado ao fundo do poço, e na gestão do prefeito Olavo Setúbal, o Martineli passou, finalmente, por uma grande reforma. Os moradores receberam a ordem de despejo para que as obras fossem iniciadas. Na ocasião, muitas famílias ficaram sem ter para onde ir e o problema habitacional da cidade de São Paulo virou tema constante na mídia.

Prefeito Olavo Setúbal na reinauguração
A reforma foi feita com financiamento pela Prefeitura, Banco Itaú e  por alguns dos proprietários do prédio. A  Administração Municipal também comprava a parte dos proprietários que não tinham recursos para colaborar com as obras de restauração. De acordo com o que foi divulgado, durante os trabalhos foram encontrados corpos de crianças nas tubulações no Martinelli, fiações clandestinas e um grande volume de lixo nos poços dos elevadores.


Toda a história da saga do comendador Giuseppe Martinelli, desde sua chegada ao Brasil,  em 1892, e da construção  do primeiro arranha-céu de São Paulo, pode ser acessada pelo site prediomartinelli.com.br.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Legado da educadora Anália Franco é bem maior do que nome de um bairro e de shopping

“Depois do pensamento e da palavra de Deus, nada é mais belo e mais nobre do que a missão do verdadeiro educador da infância.  A abnegação, o desinteresse e o sacrifício devem ser a única divisa da pessoa a quem Deus e a sociedade concederam tantas prerrogativas. O seu ministério, todo moral, e a dignidade das suas funções medemse pela profundidade das suas responsabilidades. O mais sagrado de todos os interesses sociais  é a educação popular e é por isso que os espíritos verdadeiramente humanitários  consideram esta missão como um dos poderosos meios de fazer o bem”.
Casarão do Regente Diogo Antonio Feijó

Com raras exceções, e entre elas certamente estão incluídos os que comemoraram na última semana, em todo o país,  o Dia do Professor, poucos conhecem bem a obra de uma das mais importantes educadoras do Brasil, Anália Franco. É dela a mensagem sobre o papel do magistério que destaco na abertura deste post em sua homenagem.

Apesar de ter criado e mantido em sua época, em quase todo o país, principalmente no Estado de São Paulo, mais de 100 escolas e instituições de ensino e apoio a crianças órfãs, abandonadas na Roda da Santa Casa, viúvas, mães desamparadas e "moças decaídas", seu extraordinário legado nunca teve o devido reconhecimento ao longo da história.

E, mesmo em se tratando de São Paulo, onde passou a maior parte de sua vida, a educadora é mais lembrada por ter seu nome dado a um bairro nobre da capital, que surgiu na década de 60,  um luxuoso shopping,  além do antigo parque que atualmente é o CERET, estabelecimentos de ensino, creches, vias públicas e um sem número de lugares espalhados por cidades onde deixou marcas do seu trabalho.

Numa época em que a sociedade brasileira era predominantemente machista, escravocata,
Antiga sede do Lar Anália Franco- foto: divulgação 
monarquista, conservadora e católica, Anália Franco, que seguia a doutrina espírita, conseguiu superar todas as barreiras. E, antes de morrer em 1919, aos 66 anos, deixou uma obra educacional, pedagógica, humanitária e social representada por 71 escolas maternais e para adultos, no Interior e na Capital, 3 Liceus, 2 escolas de idiomas, 7 escolas profissionalizantes, 2 colégios, 24 creches, 2 albergues, uma colônia regeneradora para mulheres, 23 asilos para crianças órfãs, uma banda musical, uma orquestra, um Grupo Dramático, além de oficinas para a confecção de chapéus e flores artificiais em 24 cidades do Interior e na Capital paulista, e uma extensa produção literária que inclui romances, contos, crônicas, poesias e textos de peças teatrais.   

Professora, abrigo para órfãos e cega

Na mais completa obra sobre Anália Franco, “A Grande Dama da Educação Brasileira”, de Eduardo Carvalho Monteiro, cuja primeira edição data de 1992, encontramos os mais importantes fatos relacionadas à vida e à obra desta professora. Uma mulher que também foi jornalista, escritora, teatróloga, poetisa, feminista, republicana, abolicionista e espírita. Ou seja, tudo o que a sociedade daquela época não queria ser.
Anália Franco - foto : divulgação

Iniciou seus estudos em Resende (RJ), onde nasceu em  29 de fevereiro de 1853, filha de Antônio Mariano Franco Junior e Teresa Franco, que era professora, e teve dois irmãos: Antônio Mariano Franco e Ambrosina Franco de Salles. Com 8 anos, em 1861, veio  para São Paulo e continuou os estudos em escola onde a mãe era diretora. Em 1876 mudaram-se para Guaratinguetá e ali começou a lecionar com 16 anos. Voltou para São Paulo em 1877, matriculou-se na Escola Normal que havia sido reaberta e concluiu o curso em 1878.

Depois de algum tempo, fundou o Externato Santa Cecília e em seguida transferiu-se para São Carlos do Pinhal, onde residiam sua irmã Ambrosina e o marido Júlio Salles, mas ficou pouco tempo na cidade. Anália foi para Taubaté e ali fundou seu primeiro abrigo para crianças órfãs. Nessa mesma ocasião iniciou sua carreira de jornalista, escrevendo para as revistas  A Família, O Eco das Damas e A Mensagem.

Para divulgar suas ideias educacionais e pedagógicas, começou a publicar a revista Álbum das Meninas, em 1898. Mas, neste período uma doença a deixou temporariamente cega. Mesmo assim, continuou escrevendo artigos para as revistas e conseguiu publicar três romances: A Égide Materna, A Filha do Artista e A Filha Adotiva, este em fascículos impressos na revisa Álbum das Meninas.

A Associação e a Colônia Regeneradora

Na cidade de São Paulo, a obra mais marcante de Anália Franca ocorreu no início do século XX, mais exatamente em 17 de novembro de 1901, quando a educadora fundou a Associação Feminina Beneficente Instrutiva, cuja sede inicial foi no Largo do Arouche, passando nos anos seguintes pela Ladeira do Piques,  Rua São Paulo, Rua dos Estudantes, uma chácara em Pinheiros, em 1910 e, finalmente em 18 de fevereiro de 2011 comprou, sem qualquer recurso financeiro, com um grupo de senhoras de todos os níveis sociais, a Chácara Paraíso, de 75 alqueires de terra,  que pertencia ao coronel Serafim Leme da Silva, na parte alta do Tatuapé, região Leste da Capital.

No terreno, formado em parte por matas e capoeiras, e o restante com diversas
Interior da Universidade- foto: divulgação
benfeitorias, incluindo um velho Solar, de estilo bandeirista, que durante 14 anos serviu de moradia para o regente do Império, Diogo Antônio Feijó, foi fundada a “Colônia Regeneradora D. Romualdo”, aproveitando-se o casarão, a estrebaria e a antiga senzala. Tudo foi readaptado e nas instalações alojaram-se mais de 400 desabrigados,

O objetivo da instituição, de acordo com o pensamento da educadora, muito avançado para o Brasil de fins do século XIX e início do século XX, era “ recolher as mulheres pobres, com ou sem filhos, que se acham ao desamparo; meninas órfãs ou filhas de pais inválidos; meninos com suas mães, até 8 anos; os filhos de mães operárias de 2 anos para cima; criar aulas de instrução primária, secundária e profissional, diurnas e noturnas, para asiladas ou não; criar seções especiais para enfermeiras e mulheres arrependidas”. A entidade acolhia a todos, independentemente de sexo, cor ou religião. 

Do Sítio do Capão Grande à Chácara Paraíso
Data de 1968 a formação daquele que se transformaria, menos de 50 anos depois, num moderno bairro residencial de classe média alta, e que hoje compreende parte do Tatuapé e da Vila Formosa, na Zona Leste da Capital.
CERET- foto : divulgação
A Associação Feminina Beneficente e Instrutiva, que ficaria mais conhecida como Lar Anália Franco, foi uma das primeiras entidades a se estabelecer na região, onde chegou a partir de 2011, com o objetivo de desenvolver atividades sociais. 
De acordo com os registros, a Associação instalou-se na Chácara Paraíso, cujo proprietário mais ilustre foi o Padre Diogo Antôno Feijó, a partir  de 1829, que se tornou Regente do Império (1837 a 1935), e morou no local por 14 anos.
A Chácara Paraíso fazia parte do Sítio Capão Grande, que pertencera à sesmaria do bandeirante Francisco Velho, tinha 75 alqueires e Anália Franco deu à chácara o nome de “Colônia Regeneradora Romualdo de Seixas”, em homenagem a um bispo baiano, seu orientador espiritual.
Até 1934, a entidade usou o velho prédio erguido no século XVII em taipa de pilão. Era um casarão assobradado central, com duas extensas alas térreas laterais, medindo cada uma cerca de uns 100 metros,  a senzala e os antigos currais. Por causa do precário estado de conservação, precisou passar por uma grande reforma que tornou as instalações adequadas para os objetivos da instituição filantrópica.
Antes, em 1930, foi iniciada a construção de um moderno prédio de dois andares, com numerosas e amplas dependências. O edifício ocupava o mesmo terreno, distante pouco mais de 100 metros à frente do antigo, com a sua ala frontal voltada para a atual Avenida Regente Feijó. Nele está instalado, desde 2001, um Campus da Universidade Cruzeiro do Sul.   
Nas instalações da Associação, não se ensinavam apenas as matérias que são a base do aprendizado. Foram criadas oficinas para confeccionar roupas, porta-jóias, bonecas e brinquedos. Montou-se uma tipografia, onde as alunas aprendiam a profissão de tipógrafas e ao mesmo tempo imprimiam as revistas educativas para divulgação dos ensinamentos da instituição. Criaram-se cursos de enfermagem e de arte dentária, que dava base ao atendimento das próprias alunas e foi formado um grupo dramático-musical, que por oito anos apresentou-se em cidades do interior paulista e de outros Estados. Por onde passou, Anália  deixou o exemplo do seu trabalho. Ela foi a inspiradora das mais de uma centena de entidades que surgiram, semelhantes à sua, ensinando e amparando milhares de pessoas desassistidas espalhadas pelo país.
Shopping Análise Franco - foto: divulgação
A educadora, que não teve filhos, faleceu em 20 de janeiro de 1919, vítima de surto de gripe espanhola, que contraiu quando cuidava das meninas internas da instituição. Um grande número de internas também adoeceu e cinco não resistiram. Anália Franco está sepultada no Cemitério da Consolação (jazigo 39 da quadra 62).
Anália Franco, desde 1906 era casada com Francisco Antônio Bastos, que fora contratado para fazer a contabilidade das escolas, asilos e creches e também fazia os pagamentos da instituição. Muito mais que um simples contador, foi o responsável pela supervisão e administração da entidade. Após a morte da esposa, Bastos foi para Minas Gerais para fundar o Lar de  Órfãos Anália Franco, mas, perseguido pelo clero local, foi obrigado a seguir para o Rio de Janeiro, onde fundou o Asilo de Órfãos Anália Franco, concretizando um antigo desejo de sua mulher. Ele faleceu no Rio em 19 de agosto de 1929.
O antigo casarão e Lar Anália Franco foi tombado pelo Condephaat em 1984 e pelo Conpresp em 1991 e atualmente é propriedade particular, fechada ao público. A instituição ocupou a Chácara Paraiso até 1993, quando foi vendida e loteada, dando origem ao bairro que é hoje o Jardim Anália Franco. O último presidente da Associação, eleito em 1965, foi Hugo Paulo Braga, que permaneceu no cargo até a venda da sede.
A instituição atualmente cumpre a nobre missão educacional de Anália Franco, semeada a 114 anos, em sua nova sede instalada em uma fazenda no município de Itapetininga (Rodovia SP 127, Km 166).  



quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Arte, natureza e a maior flor do mundo fazem do Inhotim uma das maravilhas de Minas

 Flor -cadáver - foto  divulgação
Não se impressione com o nome científico e muito menos de como a maior flor do mundo é conhecida popularmente. Mas, é assim mesmo: Amorphophallus titanum. Esta espécie rara floresceu uma única vez, em 15 dezembro de 2010, no Instituto Inhotim. É o único lugar, na América Latina, em que foi possível ser admirada, na Estufa Equatorial do seu Viveiro Educador. O exemplar, nativo da Ásia, é apenas uma entre as sem número de espécies da flora que dá um destaque especial ao magnífico paisagismo dos jardins, um projeto de Pedro Nehring. E que se completa por cinco lagos ornamentais, com 3,5 ha de espelho d’água, árvores da Mata Atlântica e nativas, plantas exóticas trazidas de todos os continentes e 700 obras de arte de relevância internacional, de respeitados nomes do Brasil e do Exterior.

O parque ocupa  um espaço de visitação de 140 hectares, dentro de uma área total de 786 ha É considerado o maior Centro de Arte Contemporânea e Jardim Botânico da América Latina e já foi visitado por  2,5 milhões de turistas brasileiros e de outros países desde a sua abertura ao público em 2006, com média mensal de 30 mil até 2016. No ano passado, o número de estrangeiros foi de 321.724, ou 13% do total de visitantes.

Localizado na pequena Brumadinho, de 37 mil habitantes e a 60 quilômetros de Belo Horizonte, o Nhotim, idealizado pelo empresário mineiro Bernardo Paz, 68 anos, desde a sua inauguração assumiu um forte compromisso com o desenvolvimento da comunidade na qual está inserido. Participa ativamente da formulação de políticas para a melhoria da qualidade de vida na região, em parceria com o poder público ou com o setor privado, e em atuações independentes.

A estrutura e a organização garantem um lugar singular. Além de romper com a arquitetura e o modo de exposição e visitação associados aos museus convencionais, o Instituto oferece a todos a oportunidade da fruição, aproximando as obras de arte ao meio ambiente. O Instituto é uma entidade privada, sem fins lucrativos, reconhecida como uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) desde 2008. As ações do Inhotim são amparadas pela Lei Federal de Incentivo à Cultura por meio do Ministério da Cultura. O atual presidente do Conselho de Administração é Bernardo Paz de Mello.

Acervo sempre em renovação

Plantas de todos continentes- foto: divulgação
A rica coleção do Instituto reúne pinturas, esculturas, desenhos, fotografias, vídeos e instalações de mais de 250 respeitados artistas brasileiros e estrangeiros, de 30 países. Do acervo, com cerca de 1.300 obras, 700 ficam em exposição atualmente. Desde os anos 1960 até hoje, estão instaladas ao ar livre no Jardim Botânico ou exibidos em 23 galerias.

Entre as galerias, quatro são dedicadas a exposições temporárias: Lago, Fonte, Praça e Mata. Com cerca de 1.000 m² cada, tem grandes vãos que permitem aproveitamento versátil dos espaços para apresentação de obras de vídeo, instalação, pintura ou escultura. Anualmente, são inauguradas novas mostras nesses espaços para apresentar aquisições do Instituto e criar reinterpretações da coleção. Além disso, projetos individuais de artistas são abertos frequentemente, o que torna o Inhotim um lugar em constante renovação.

As 19 galerias permanentes expoem trabalhos de Tunga, Cildo Meireles, Miguel Rio Branco, Hélio Oiticica & Neville d’Almeida, Adriana Varejão, Doris Salcedo, Victor Grippo, Matthew Barney, Rivane Neuenschwander, Valeska Soares, Doug Aitken, Marilá Dardot, Lygia Pape, Carlos Garaicoa, Carroll Dunham, Cristina Iglesias, William Kentridge e Claudia Andujar.

Mas há novidades. Desde maio mais duas obras estão expostas no Inhotim. São esculturas
Embrionário de Elisa Bracher- foto: divulgação
de grande escala de Elisa Bracher:  Embrionário (2003), 13 toneladas de troncos de madeira se apoiam e se empurram; e  Equilíbrio Amarrado (2004), blocos de mármore criam uma relação de tensão entre instabilidade e sustentação em uma instalação de seis metros de altura.

Além disso, Pedro Nehring criou nos últimos cinco meses um novo paisagismo obedecendo à estética misteriosa dos jardins do Parque, que faz com que os encontros com as obras externas e esculturas sejam sempre um convite à descoberta. Ao redor das esculturas, árvores e palmeiras do acervo botânico do Inhotim direcionam os caminhos do visitante de forma harmoniosa. De acordo com o paisagista, as espécies implantadas no local são, em sua maioria, nativas, e foram pensadas de forma a manter o lugar sempre florido, independentemente da época do ano.

A inauguração destas novas obras externas complementa a programação estratégica da
Celacanto de Adriana Varejão-foto: Eduardo Eckenfels
Diretoria Artística do Inhotim para os próximos anos. Ao longo deste período, serão instaladas permanentemente no Inhotim uma escultura do artista americano Robert Irwin e duas obras da japonesa Yayoi Kusama. Novas exposições temporárias também estão programadas paras as Galerias Fonte, Lago, Mata e Praça, reforçando a proposta de disponibilizar aos visitantes do Instituto obras de arte do acervo ainda desconhecidas de grande parte do público, além de apresentar artistas de diferentes regiões do mundo, de diversas gerações e escolas, ampliando as possibilidades de leitura das obras de arte do Inhotim.

É  importante ressaltar que as obras expostas ao ar livre não sofrem nenhum tipo de dano, apesar de sujeitas a impurezas (pó, substâncias orgânicas de pássaros e outros animais) e às ações de sol e chuva. Uma equipe técnica capacitada vistoria diariamente as obras e realiza as manutenções necessárias

Jardim Botânico

Helio Oiticica - Magic Square - foto: Rossana Magri
O Instituto Inhotim não só se preocupa com o meio ambiente, como está inserido em uma relevante porção florestal remanescente de Mata Atlântica e Cerrado. Dos 140 hectares da área composta de florestas, 42 são de jardins. Acrescente-se a essa porção uma área de 254 ha protegida na forma de Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) que, desde maio de 2010, colabora de forma vitalícia para a conservação da biodiversidade conectando o Inhotim ao sul da Cadeia do Espinhaço, um dos mais importantes centros de diversidade e plantas do mundo.

Beam Drop - foto Eduardo Eckwnfels
Foi em meados da década de 1980, que começaram as obras paisagísticas dos jardins que mais tarde viriam formar o parque. Ao longo do tempo Bernardo Paz adquiriu diversas espécies de palmeiras e árvores nativas brasileiras e exóticas de várias regiões do mundo, que se adaptaram muito bem ao local. Os jardins valorizaram a exuberância da flora integrando-a de forma espontânea e harmônica com as paisagens e lagos por meio de caminhos, escadas e pátios construídos a partir de formações rochosas de quartzito natural – inovações que se popularizaram no paisagismo brasileiro.

Em 2010, a expressiva coleção do Instituto levou ao reconhecimento deste como Jardim Botânico. São aproximadamente cinco mil espécies, e duas famílias se destacam: a de palmeiras, com cerca de mil espécies e variedades, e a dos imbés, antúrios e copo-de-leite, com mais de 400 espécies e formas – consideradas uma das maiores do mundo. Este amplo acervo botânico, combinado com a extensa estrutura do Viveiro Educador, permite a realização de pesquisas e atividades educativas que colaboram para a conservação da flora.

Jd Veredas - foto: Rossana Magri
Nos últimos anos, as equipes de curadoria botânica e de paisagismo do Inhotim trabalham com a composição de jardins temáticos para exposição de parte da relevante coleção botânica do parque. Esses espaços se consolidam como importante ferramenta de educação, propondo reflexões sobre diversos temas, como a preservação da biodiversidade, a utilização de recursos naturais e o cuidado com o meio ambiente. Atualmente, são sete: Vandário, Jardim de Todos os Sentidos, Jardim Desértico, Jardim Veredas, Jardim de Transição, Jardim Pictórico e Largo das Orquídeas.

Ações Educativas e sociais

Memorizando a biodiversidade- foto: divulgação
Desde sua abertura ao público, o Inhotim desenvolve projetos voltados exclusivamente para estudantes de Brumadinho e região, valorizando a conexão  entre município e Instituto. Cerca de 2.500 alunos das redes particular e pública de ensino de Brumadinho e da Grande Belo Horizonte visitam o Inhotim todo mês. Os programas educativos focam a arte, meio ambiente e música. São propostas que afirmam e fortalecem um espaço de experimentação no âmbito das ações educativas em instituições culturais e no campo da educação não-formal.

Além de parcerias com escolas, prefeituras e secretarias municipais e estaduais de educação, também são feitas, gratuitamente, visitas mediadas educativas para o público em geral. Ideais para aproximar o visitante daquilo que o parque oferece em arte contemporânea, botânica e meio ambiente, acontecem em horários e locais preestabelecidos:

Centro Educativo Burle Marx-foto Marcelo Coelho 
A visita panorâmica proporciona uma visão geral sobre a dinâmica do Inhotim e os participantes e mediadores conversam sobre questões relacionadas às obras e ao projeto paisagístico do Instituto. Tem duração de 1h, acontece todos os dias de visitação, às 11 e às 14 horas.

 A visita temática possibilita um encontro entre o educador e o visitante para discussão sobre obras e plantas do acervo, com um recorte temático bimestral como ponto de partida. A duração é de 1h30, acontece às quartas-feiras, sábados, domingos e feriados, às 10h30.

De Sir Timothy para Inhotim

O Centro Inhotim de Memória e Patrimônio, um dos projetos que o Inhotim desenvolve
Cildo Meireles - foto Daniela Paoliello
com a comunidade de seu entorno, criado em 2008 para resgatar as histórias e tradições da região, tem algumas teorias sobre a origem do nome do Instituto.

Uma delas se refere ao nome do minerador inglês, Sir Timothy, que viveu na área ocupada hoje pelo Instituto. O pronome Sir, traduzido para o português como Senhor, era muitas vezes falado como Nho. Desta forma, Sir Timothy passou a ser Nho Tim.
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Outra história, aparece em uma notificação de 26 de maio de 1865 e registra a existência de um lugar chamado Nhotim, onde morava João Rodrigues Ribeiro, filho de Joaquim Rodrigues Ribeiro. Em um dos recibos anexos a esse documento há uma assinatura na qual a localização é grafada como Nhoquim.
O nome Joaquim também é citado por Dona Elza, moradora de Brumadinho. e envolve o mesmo minerador inglês, De acordo com seu depoimento, ela se lembra de ter ouvido falar de um proprietário que se chamava Joaquim e o apelido era Tim. Então o Sr. Tim virou Nhô Tim. Antigamente não se falava senhor, era nhô. Por isso ficou com esse nome de Inhotim”, conta.

Mas há ainda o relato da viagem do engenheiro inglês James Wells pelo Brasil, entre os anos de 1868 e 1886.  Ele relembra uma conversa com um trabalhador negro, em uma estrada perto de Brumadinho. No linguajar local, a palavra Inhotim seria uma corruptela da expressão usada pelos escravos para dizer sim senhor: Nhor sim. O fato de haver seis comunidades quilombolas no município de Brumadinho, quatro delas reconhecidas pela Fundação Palmares, reforça a hipótese.

Flor é linda e grande, mas cheira mal

Claro que a flor-cadáver justifica um registro à parte quando se fala no Inhotim. Afinal, foi
Flor-cadaver - foto: divulgação
no dia 15 de dezembro de 2010, uma sexta-feira, que o site do Instituto descreveu o processo de florescimento, em uma estufa especial,  da planta que é a maior do mundo, com 3 metros de altura por 7 de diâmetro e pesando 75 kg. 


Para se ter uma ideia da importância do fato, o site informava que, em julho do mesmo  ano, milhares de pessoas fizeram fila no Japão para ver a flor gigante,  que desabrochava pela primeira vez em 20 anos. E destacava que “a partir de agora, os visitantes do instituto mineiro também podem conhecer a espécie exótica, natural da ilha de Sumatra, na Indonésia, além das obras de arte expostas a céu aberto em Inhotim”.

Detalhe: na época, para ver o espetáculo inusitado, foi preciso pagar o serviço de transporte interno (carrinho) por R$ 10 e criou-se um percurso especial para levar o público até o viveiro, pois era proibido fazer o trajeto a pé.

Conforme o  divulgado na ocasião,  “as sementes foram enviadas pelo jardim botânico Marie Selby, na Flórida, ao curador botânico de Inhotim, Eduardo Gonçalves, há cerca de 10 anos, e floresceram dentro de uma estufa inaugurada para a manutenção do material de pesquisa. A túbera, nome dado à imensa ′batata` que permanece sob a terra, pesava 13 kg quando a planta entrou em dormência, há cerca de três meses. De acordo com o Instituto, apenas após completar entre 18 e 20 kg, o material está propenso a florir.”

A mesma fonte explicou que esta  espécie de planta nunca dá flores e folhas ao mesmo tempo. “Produz um conjunto de flores, em uma estrutura compacta que pode ter mais de 3 metros de altura. No momento em que se abre, a flor exala um odor parecido com  `uma mistura de açúcar-queimado com peixe-podre`, capaz de atrair moscas e besouros”.  Por causa desta pecularidade é que à planta é conhecida popularmente pelo nome de `flor-cadáver`. O científico é mais simpático, mas também estranho: Amorphophallus titanum.

A planta floresce uma vez por década e chega a viver por 40 anos. É no seu desabrochar, que se estende por três dias, que a flor alcança o seu tamanho máximo,  A espécie nasce nas florestas tropicais da Ilha de Sumatra e foi descrita originalmente em 1878, pelo botânico Odoardo Beccari, do Jardim Botânico de Florença, que a encontrou naquela região da Indonésia. Após um período de 10 anos, a espécie floresceu no Jardim Botânico de Kew, na Inglaterra, surpreendendo  o Ocidente com sua “inflorescência peculiar”. 

Atenção:  Além do primeiro florescimento, comprovado, em 2010, teria havido outro no dia 27 de dezembro de 2012. Mas, não houve confirmação do Instituto sobre este fato. A assessoria de imprensa do Inhotim informou, apenas, que  não há previsão de quando os turistas verão de novo a flor-cadáver dar o ar de sua graça. Não fique frustrado. Por tudo que exibe, vale a pena uma visita a este fantástico parque, museu e jardim botânico, aproveitando o próximo feriado prolongado de 12 outubro.

Gastronomia

No parque há várias opções de alimentação, desde lanches rápidos a pratos elaborados. O restaurante Tamboril tem um ambiente  integrado aos jardins e ao acervo de arte do Instituto. O cardápio é formado por bufê de saladas e pratos quentes a preço fixo, extensa carta de vinhos e uma mesa de sobremesas diversas. Se preferir,  o Bar do Ganso é uma extensão do Tamboril. Uma verdadeira galeria de arte com peças assinadas por renomados designers brasileiros, iluminação especial e ambientação que remete aos anos 1950 e 1970.

Largo das orquídeas - foto Laura Las Casas
Mais amplo, o restaurante Oiticica fica próximo à obra Penetrável Magic Square # 5, De Luxe e oferece refeições self-service a quilo. O menu inclui saladas e opções de caçarolas quentes.

O Café das Flores, na recepção, é ideal para iniciar ou encerrar a visita com um pão de queijo feito pela chef Dailde e servido sozinho ou com pernil. Há ainda opções de lanche e almoço, além das cervejas Wals produzidas em homenagem ao Inhotim.
No Centro de Educação e Cultura Burle Marx, o Café do Teatro tem  bebidas quentes e geladas, sanduíches, salgados e doces. Abre às quartas-feiras, sábados, domingos e feriados.

O visitante ainda conferir encontra outros espaços gastronômicos no parque, que servem desde pizza a sanduíches naturais, salgados, pão de queijo, suco, refrigerante, etc. O funcionamento varia de acordo com o período do ano.

Serviço

O horário de visitação é de terça a sexta-feira, das 9h30 às 16h30. Aos sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30.

O Inhotim fica no município de Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte (cerca de 1h15 de viagem). Acesso pelo km 500 da BR-381 – sentido BH/SP.
Pode-se chegar também pela BR-040 (cerca de 1h30). Acesso pela BR-040 - sentido BH/Rio, na altura da entrada para o Retiro do Chalé.
Opções de transporte regular

Vans – a Belvitur, operadora oficial de turismo e eventos do Inhotim, oferece transporte de vans aos sábados, domingos e feriados, partindo do Hotel Holiday Inn Savassi (Rua Professor Moraes, 600). O horário de saída é às 8h15 e retorno, às 17h30. O transporte até o Parque custa 66 reais (ida e volta) ou 35 reais por trecho. O pagamento é feito com o motorista em dinheiro ou no cartão. O serviço pode ser reservado de terça a sexta-feira, com lotação mínima de quatro pessoas. Contatos: 31 3290-9180; flavia.melo@belvitur.com.br

Ônibus Saritur – saída da Rodoviária de Belo Horizonte de terça a domingo, às 8h15 e retorno às 16h30 durante a semana e 17h30 nos fins de semana e feriados.

Lojas: As lojas na entrada do Instituto oferecem itens de decoração, utilitários, livros, brinquedos, peças de cerâmica, vasos, plantas e produtos da culinária típica regional, além da recém-lançada linha institucional do Parque.

Ingressos

R$ 40 (meia-entrada válida para estudantes identificados, maiores de 60 anos e parceiros). Crianças de até cinco anos não pagam.
Às quartas-feiras, a entrada é gratuita.
Informações www.inhotim.org.br
31 3194 7300 | 31 3571 9700

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