quinta-feira, 14 de setembro de 2017


Vinhos Lucano fazem um brinde de 30 anos
para a histórica Penha de França


foto: Vinicola Lucano
Em sua longa e rica trajetória de 350 anos, comemorados neste ano, não é segredo para ninguém, que conhece um pouco de história, que a Penha de França foi um importante ponto de parada de Dom Pedro I em 1822, no seu caminho para o grito de Independência ou Morte às margens do riacho Ipiranga. E que, em 1886, também hospedou Dom Pedro II, no Palacete do Coronel Rodovalho, localizado na então Ladeira da Penha, no topo de uma colina.

Mas, o surpreendente, pelo menos para os da nova geração ou até alguns mais “antigos”, como este blogueiro, morador novo da região (só 4 anos) é que o bairro é sede de uma vinícola. A empresa foi fundada em 1987 pelo imigrante italiano Leonado Lence, vindo de uma família tradicional no cultivo de videira e elaboração de bons vinhos na região de Lucania ou Basilicata, sul da Italia.

Leonardo chegou ao país em março de 1960, com a mulher
foto: Brasão da familia Lucano
Angela e os filhos Rocco, Giovanni e Maria Donata.
 A vinícola começou como um hobby para a família, no fundo do quintal de um casa, comprada em 1967, em terreno de 756 m². Ali foram plantados, por volta de 1969/1970, cerca de 80 pés de uva do tipo Moscato. 

Em janeiro e fevereiro de 1976 houve uma “grande safra”no pequeno parreiral. E dona Ângela Lence, que também já tinha a tradição e a vocação herdada dos seus antepassados, selecionou os melhores cachos, amassou-os e colocou-os para fermentar em dois tanques que, na verdade, serviam para depósito de água. A experiência motivou a família a preparar melhor a ‘vindima” e, além do que colhiam no quintal, compravam mais uvas no Mercado  Municipal . E conseguiram uma produção de 600 litros de vinho.

Em janeiro de 1986, os filhos Giovanni e Rocco viajaram ao Sul do país para pesquisar e fazer contatos com os colonos da região de Bento Gonçalves, comprar pipas e outros equipamentos. O objetivo era produzir vinho em maior quantidade em São Paulo. Durante sua permanência, conheceram uma família de colonos que, assim como os Lucano, na Penha, faziam o vinho artesanal. Foi feita então uma parceria e a uva produzida na propriedade e a vinificação no próprio local possibilitavam uma economia no transporte e uma qualidade superior.
foto: Uva Isabel

A uva utilizada até hoje é a Isabel, uma casta de uvas híbrida natural das espécies Vitis vinifera e Vitis labrusca. Quando chega a São Paulo é condensada e envelhecida em toneis de barris de carvalho ou aço inoxidável de até 7.500 litros, além de uma cave especifica  com a temperatura exata para que o envelhecimento seja feito da melhor maneira possível. Em seguida o vinho é engarrafado, rotulado, embalado e disponibilizado para venda.em padarias, cantinas, tratorias e restaurantes, e na própria
Toneis da Vinicola
vinícola. 
Curso de degustação

Aos sábados, das 9h30 ás 16h30, na rua Mirandinha 888, sede da vinícola desde a sua fundação, Rocco Lence, 69 anos, enólogo e professor de física, ex-aluno da PUC e aposentado pelo Estado, segue a tradição da família. E recebe nas instalações da empresa, por ele administrada, os clientes para um curso de degustação. Mas é preciso se inscrever com antecedência, na própria vinicola, via telefone ou pelo site.

foto : Uva Tannat

No curso, aprende-se tudo sobre vinhos: desde a colheita de uva,  fermentação, vinificação, envelhecimento, engarrafamento, guarda, tipos de vinhos, acompanhamento para cada prato, benefícios que o vinho traz à saúde se tomado com moderação.

O mestre Rocco explica que os vinhos tintos envelhecem  toneis de grápia e de carvalho e os brancos em tanques de aço inoxidável.E que nas caves, na penumbra, isolado de ruídos, numa temperatura natural e constante, cerca de 17 ºC, o vinho prossegue o seu processo de envelhecimento para a evolução de seus aromas e a obtenção de seu “bouquet”. .

foto: Cabernet Sauvignon
O curso termina ao redor de uma mesa rústica, quando , complementando as explicações, é oferecida ao visitante uma degustação dos vinhos elaborados pela vinícola: Moscato Italiano ou Moscato Bianco, Merlot, Cabernet Sauvignon, Tannat, Isabel e Bordô. Um deles leva o nome de Don Gianni. É um tinto com três uvas: Merlot, Caberner Sauvignon e Tannat, em homenagem ao irmão de Rocco, Giovanni, já falecido.
foto: Merlot premiado na Expovinho
 


Chama a atenção uma tabuleta fixada no local, "Aqui não servimos para bebericar. Só para experimentar". E outra informa que a degustação de até três vinhos é gratuita,  De 4 até 6, paga-se R$ 20.

Pontos de venda

A capacidade de armazenamento nos 26 tonéis da vinícola Lucano é de 140 mil litros e a empresa pode girar até 60 mil litros sem perder a qualidade.

 
foto : Uva Moscato
Após o envelhecimento, as garrafas são rotuladas e embaladas na Lucano e comercilalizadas em vários pontos de venda tradicionais na Zona Leste, menos em supermercados. São padarias, casas de vinhos, cantinas,  restaurantes e pizzarias. E na própria vinícola, na Rua Mirandinha, 888, perto do Metrô Vila Matilde.  


Podem ser encontrados, por exemplo, na Padaria Requinte, na Penha; nas Pizarias Belart e La Lampagnola, em São Miguel Paulista; Pizaria Suprema, em Santana; Padaria Marengo e Pizaria L' Art di Leo, no Tatuapé, e na Emporium Lucano, da própria vinícola, também no Tatuape, onde ocorrem as degustações agendadas previamente.

Nestas degustações, o cliente vai entender porque os vinhos
foto: Moscato Bianco
da Lucano tiveram sua qualidade reconhecida na 21ª Expovinho, realizada no último mês de junho, em São Paulo. Seu tinto Merlot, safra de 2010, ficou entre os dez melhores vinhos da mostra internacional. Um bom motivo para fazer um brinde com ele e festejar com a família os 350 anos da Penha de França.


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