Um mar que Minas nunca teve. E cercado de cânions.
Lago de Furnas - Foto: Vida Sem Paredes |
Está registrado na história que, no dia 9 de janeiro de 1963, o túnel que desviou o curso do Rio Grande para a construção da Usina de Furnas foi fechado. E as águas que formaram um dos maiores reservatórios do mundo, criando praias, cânions e cachoeiras, inundaram vilarejos, mudando para sempre a história dos 34 municípios que ficam ao longo dos 1.440 km2 de extensão do imenso Lago de Furnas.
Claro que já havia ouvido falar bastante sobre aquela que foi a primeira usina hidroelétrica de grande porte do pais, localizada no Estado de Minas Gerais, entre as cidades de. São José da Barra e São João Batista do Glória. Mas, mesmo viajando por quase todo o Brasil, trabalhando pelo então Suplemento de Turismo do "Estadão", por mais de uma década, nunca tive a oportunidade de conhecer o Lago de Furnas, que surgiu em consequência da obra.
O Lago de Furnas fica na região de Capitólio, a 279 quilômetros da capital mineira e há bom tempo é vendido nos convidativos e atraentes pacotes das agências de viagens como o "Mar de Minas". O que, de certa forma, até se justifica não só por ser a maior extensão de água de um Estado, que fica distante do mar, mas também porque é um dos maiores e mais limpos lagos artificiais do mundo, E se transformou, com o passar dos anos, em um dos destinos turísticos mais procurados do Brasil, recebendo também um considerável contingente de visitantes de outros países.
Cânions - Foto: Divulgação |
Passeio no Lago Azul - Foto Divulgação |
Na linguagem característica do mineiro, Capitólio não fica a um pulinho dos principais centros do país, como São Paulo, Rio de Janeiro e da própria capital do Estado, Belo Horizonte. Esta, que é mais perto, está a 279 quilômetros, percurso que, de carro, pode ser coberto em torno de 3h45.
Partindo de São Paulo, são 440 quilômetros, e será preciso dirigir por cerca de 5h30, usando a Fernão Dias. Bem mais cansativa é a viagem para quem sai do Rio de Janeiro, distante 634 quilômetros e rodando 8h30.
Este blog mostra o mapa com as rodovias a serem utilizadas para quem for de carro. De
Outra sugestão: tente fazer esta viagem em grupo, para dividir as despesas com o combustível e os custos dos passeios em Capitólio e região. Uma permanência de quatro a cinco dias é suficiente para conhecer tudo. Um detalhe importante; algumas cachoeiras ficam em propriedade particular e neste caso é cobrada uma taxa de visitação. Paga em dinheiro.
A rede hoteleira dispõe de numerosos hotéis e bastante confortáveis. Há também muitas e boas pousadas e áreas de camping, como na Pousada do Rio Turvo, alternativas mais econômicas para quem for de onibus. Caso esteja com um grupo de amigos, vale a pena alugar uma casa e rachar a conta. Particularmente na alta temporada, férias, feriados prolongados e no período do carnaval, quando os preços das diárias são bem mais caros.
Procure reservar com antecedência e para saber quais os melhores hotéis e pousadas em Capitólio e região, com a localização exata e os preços das diárias e dos passeios, e as dicas das principais atrações, acesse alguns destes sites especializados: Vida Sem Paredes, Booking, Tripadvisor, Visiteminasgerais, Hotelurbano, Feriasbrasil, Ecoviagem e Trivago, entre outros. Agências de viagens, como a CVC, tem pacotes interessantes com duração de cinco dias para Capitólio, com saída de São Paulo.
Qualidade na mesa
Comer bem em Capitólio e no entorno do Lago de Furnas, não é problema. Além da tradicional cozinha mineira, os restaurantes exploram bem a principal matéria prima da região, o peixe. E a grande estrela do cardápio pode ser provada no Restaurante Cozinha da Roça: Tilápia Recheada com queijo, um prato delicioso, com preço acessível e dá para três pessoas. O estabelecimento fica no balneário de Escarpas do Lago, a alguns minutos do centro da cidade,
Outras boas referências em Capitólio, com pratos da cozinha brasileira e sulamericana, são:o Restaurante do Turvo, Kanto da llha, Restaurante e Churrascaria Mirante do Lago e Hud"s Lounge Escarpas do Lago, no hotel do mesmo nome, todos próximos ao Lago de Furnas, alguns com vistas privilegiadas.
Um lembrete final: se for apreciador da marvada pinga, Capitólio tem excelentes cachaças.
Capitólio - Foto: Divulgação |
Se foi difícil abrir túneis e galerias, para desviar o curso dos rios Grande e Sapucaí, convencer os proprietários de terras dos municípios da região a vendê-las para a central Elétrica Furnas, em nome do interesse nacional, não foi menos fácil. Nem todos aceitaram e houve gente, como Dona Clarisse de Souza Rodrigues, já falecida, para quem nem o dinheiro oferecido, nem a ameaça de ver tudo ficar debaixo d´água era suficiente para deixar sua terra.
A maioria recebeu o valor venal, depositado em juízo pela empresa, mas ela deu muito
trabalho aos advogados
de Furnas. Nem mesmo uma carta do presidente Juscelino a convenceu de vender as
terras. Dona da fazenda Corredeiras, onde estão hoje as instalações da usina e
o bairro, ela deu até tiros de carabina para
não ser desapropriada, de acordo com um depoimento de seu filho, José Rodrigues Filho, ex-funcionário
de FURNAS.
Morro do Chapéu - Foto: Divulgação |
"Minha mãe era brava e para ela as terras não
tinham preço. Furnas oferecia dinheiro, fazendas melhores que a nossa e ela não
aceitava nada. As obras começaram com ela no canteiro. Ela só foi convencida depois que um advogado da empresa lhe deu presentes, a levou ao Rio de Janeiro, e ofereceu um sobrado alugado na nova São José da Barra,
todo mobiliado, com geladeira e tudo mais que só milionário tinha na
época. Ela nunca tinha visto nada igual".
O aluguel do sobrado por cinco
anos, mais 2,7 milhões de cruzeiros, "em notas bonitas, douradas",
fizeram Dona Clarisse mudar-se com a família. "O dinheiro ela emprestou,
guardou, acabou. Ela morreu numa casinha humilde, na rua Alagoas", contou o filho, que trabalhou como servente, zelador, ajudante de cozinha,
cozinheiro e garçom na Casa de Visitas de Furnas.
Autêntico cartão postal - Foto Divulgação |
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Lugares idílicos, e também singelos. Tilápia recheada com queijo? Hummmm Acho que devemos dar essa ideia ao nosso amigo supervisor do Nahoe, do Analia Franco, para trocar o arroz com legumes ou incluir também, à fazer essa tilápia recheada com queijo. Mas devemos falar também que tem que dar para três pessoas. É, mas o preço não vai ser nem um pouco acessível. Beijo amor.
ResponderExcluirObrigado pelos elogios. E acho uma boa idéia para incrementar o cardápio do Nahoe. Agora, que não vai sair barato, não tenho a menor dúvida, principalmente se ele importar a tilápia do lago de Furnas!!!! Bjs. Orlando
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