domingo, 2 de maio de 2021

História e estórias de Um Diário de Viagens (I)




Flores nas varandas das casas, um charme na cidade de Cartagena - Foto:MLA

Na minha atividade de jornalista do Suplemento de Turismo do Estadão sempre viajei a trabalho. Portanto, nas reportagens publicadas, a principal preocupação era promover as atrções do país visitado. E, claro, oferecer com precisão e autenticidade todas as informações que motivassem os leitores a se interessarem pelos roteiros divulgados, numa próxima viagem de férias. Tudo da forma mais atraente e com a linguagem adequada.
Neste Blog, hobby de um repórter aposentado, aproveito para recapitular antigas viagens, mas no papel de simples e curioso turista. Assim, além de informações sobre a história, cultura, o que de mais importante conheci durante minha permanência, também incluo observações pessoais sobre os costumes, o jeito de ser do povo, seus valores e hábitos, tradições e curiosidades.

Importante destacar que algumas das viagens foram feitas há mais de uma década. Trata-se de uma volta no tempo, valendo-me do arquivo de minha memória e de documentos, livros, folhetos, mapas, fotos e anotações, feitas na época, guardadas para ocasiões como esta, de reclusão forçada.
Catedral de Sal
Cá estamos em Cartagena, cidade histórica, um charme. Sua fundação é de 1580. Tem muralhas, está bem conservada porque é patrimônio da Unesco (como Ouro Preto). Então, no interior das muralhas não se pode fugir do padrão. Foram concedidos muitos subsídios para a restauração das casas.

Chegamos ontem, na hora do almoço, ótima viagem. A Aviança é espartana em seu lanche de bordo (põe a Gol e a Tam no chinelo). Só dão um copo de suco, água ou refrigerante e estamos conversados. Isto porque o vôo era na hora do almoço!.

Chamam a atenção as construções, com varandas de madeira  ornamentadas com muitas flores (buganville). Acho que é a única flor que resiste aos 50 graus à sombra, daqui!  Nunca senti tanto calor num lugar  só.  O calor de Noronha é "fichinha" perto desse. A vontade é de ficar o dia inteiro onde haja ar condicionado. Um europeu não aguentaria. Sucumbiria na primeira meia hora!

Um dos produtos básicos da Colômbia, além das rosas, são as esmeraldas. Nunca vi tanta joalheria vendendo esmeraldas.Tivemos que trocar de hotel, porque o nosso era bem chinfrim. Escolhemos outro e como estão em baixa temporada, conseguimos um preço justo. Estamos muito bem instalados no centro histórico e vamos para todos os lugares a pé .Amanhã faremos um city tour de van. E hoje, mais tarde, uma passeio de charrete.

Durante um reconhecimento de terreno, encontramos de pertinho, dando um bordejo por aqui, devidamente acompanhado, o embaixador do Brasil e grande comitiva: S. Excia. o Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim! Sair do Brasil para conhecer o Ministro aqui!

Ambulantes e mágoas do passado

Fizemos o city tour pela parte nova da cidade e algumas incursões na parte velha.  A cidade tem cerca de 20 mil habitantes e uma quantidade anormal de vendedores ambulantes que não dão sossego. Ficam o tempo todo atrás da gente, oferecendo desde quinquilharias até as esmeraldas da Colômbia, que dizem ser as melhores do mundo.

Visitamos vários monumentos históricos e o herói nacional aqui é Simon Bolivar, que libertou a cidade dos espanhóis. O estrago que franceses e ingleses fizeram aqui, invadindo e levando tudo que podiam para  a Europa, não está no gibi. A mágoa existe até hoje, claro. Acho que sofreram muito mais do que nós no Brasil. Teve um pirata inglês, um tal de Francis Drake, que era o cãozinho chupando manga... Pintou e bordou, carregou o que pode para a Inglaterra. E o espertinho do Luiz XIV acabou de construir Versailles com o ouro daqui!

Um comentário:

  1. Colômbia nunca foi uma das minhas primeiras escolhas dentro das opções de programação de roteiro de viagem, mas lendo este post me pareceu bem interessante conhecer a cidade de Zipaquirá onde fica a Mina de Sal com uma catedral em seu interior. Também adoraria visitar o Santuário do Senhor Caído de Monserrate e um campo de plantação de rosas colombianas que deve haver aos montes por lá como existem os campos de lavanda na Provence.

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