Flores nas varandas das casas, um charme na cidade de Cartagena - Foto:MLA
Na
minha atividade de jornalista do Suplemento de Turismo do Estadão
sempre viajei a trabalho. Portanto, nas reportagens publicadas, a
principal preocupação era promover as atrções do país visitado. E,
claro, oferecer com precisão e autenticidade todas as informações que
motivassem os leitores a se interessarem pelos roteiros divulgados, numa
próxima viagem de férias. Tudo da forma mais atraente e com a linguagem
adequada.
Neste Blog,
hobby de um repórter aposentado, aproveito para recapitular antigas
viagens, mas no papel de simples e curioso turista. Assim, além de
informações sobre a história, cultura, o que de mais importante conheci
durante minha permanência, também incluo observações pessoais sobre os
costumes, o jeito de ser do povo, seus valores e hábitos, tradições e
curiosidades.
Importante destacar que algumas
das viagens foram feitas há mais de uma década. Trata-se de uma volta no
tempo, valendo-me do arquivo de minha memória e de documentos, livros,
folhetos, mapas, fotos e anotações, feitas na época, guardadas para
ocasiões como esta, de reclusão forçada.
Catedral de Sal
A Catedral de Sal, em Zipaquirá, atração imperdível -Foto; MLA
Nosso
Diário registra: 6 de junho de 2009. Estávamos em Bogotá, capital da
Colômbia, apenas 2 horas de diferença a menos em relação ao Brasil.
Nosso hotel é simples, mas simpático e limpo. Começamos a bater pernas. O
tempo está ótimo, sem chuva e calor, por enquanto.
Cidade
grande, trânsito muito confuso. Os colombianos são extremamente gentís.
Alugamos uma van e fomos a uma cidade chamada Zipaquirá, onde fica a
Catedral de Sal. É esculpida em uma rocha gigantesca, no interior das
minas de sal. Foi inaugurada em 1995, de uma beleza incrível.
Com
a mesma van fomos a Leyva, uma atraente cidade, de 1567, muito parecida
com a nossa Tiradentes. É distante da capital: 3 horas para ir e 3 para
voltar. Mas foi um bom passeio.
O
friozinho daqui está suportável, entre 15 a 20 graus. Em Leyva estava
mais quente, mas quando voltamos pegamos chuva em Bogotá para tornar o
transito mais complicado. Se é que é possível.
A chuva, um estraga prazer
Hoje
choveu muito, o dia todo. Tínhamos programado ir a Monserate (mosteiro,
igreja, uma bela vista, restaurante e teleférico) mas não deu, por causa
da chuva. Uma pena. Só foi possível ir ao Museu do Ouro e a um Shopping
(Andino) muito bonito. Amanhã, se não chover, vamos a um Mercado das
Pulgas, onde tem muito artesanato.
Até
agora, não sentimos os efeitos da altitude. São mais de 2.600 m e não
ficamos tontos, mareados, sem ar ou com sangramento pelo nariz. Saúde
perfeita, claro. Estamos mesmo em forma. Ainda não compramos nada de
coca, estamos esperando o mercado em que iremos amanhã.
O dinheiro aqui (peso) em relação ao
dólar é a mesma coisa que no Brasil: 2 x 1. Mas as coisas são muito
baratas. Só que o dinheiro deles têm 3 zeros mais... Então, é uma
loucura, pois um taxi fica, por exemplo, em 3.500,00 pesos, o que na
verdade é apenas 3,50. Uma ninharia. No domingo vamos para Cartagena e lá nos espera um calor de 30 graus! E no mesmo país. Acho que teremos um choque térmico.
O frio segue
bem suportável, não atrapalha. O que "melou" foi a chuva! Temos usado
muito os taxis, que são baratos. Mas hoje, dispensamos 4, pois nenhum
sabia onde ficava o Museu do Ouro, que, por acaso, é o mais importante
do pais.
Finalmente, Monserrate
Ninguém,
nem mesmo os colombianos, entendem Bogotá. Hoje tivemos um típico dia
de verão. Manhã linda e sol o dia inteiro. Então fizemos tudo que não
pudemos fazer ontem. Fomos a Monserrate, um lugar incrível, a 3.200 m
de altitude, 500 a mais do que no centro de Bogotá. Subimos de
funicular, com uma vista deslumbrante e direito a todas as estações do
ano num espaço de 15 a 20 minutos! Um espanto!
Mas
valeu a pena. Lá está a Basílica Santuário do Senhor Caído de
Monserrate. De culto católico, é uma igreja muito bonita e fica no cume
do cerro de Monserrate,. É um Santuário de peregrinação e faz parte da
Arquidiocese de Bogotá. No caminho que subimos, depois de deixar o
bondinho, tem uma Via Sacra morro acima e um grupo de peregrinos rezava
ao pé de cada estação. Tocante. Flores lindas. Um show à parte são as
rosas da Colômbia. Os cabos têm pelo menos meio metro de cumprimento. De
cores impossíveis de se descrever.
Depois
fomos ao mercado das pulgas que, por acaso, não estava funcionando!
Coisas de colombianos, mas ao lado tinha um shopping magnífico. Põe
muitos dos nossos no bolso, fácil, fácil. É uma mistura de Pátio
Savassi , de BH, dez vezes maior, com belos jardins no interior e muita
coisa atraente. Nas entradas, numerosas, guardas que mandam abrir as
bolsas e eventuais sacolas para ver se tem arma, bomba, ou coisa
parecida.
Cartagena, um charme
Chegamos ontem, na hora do almoço, ótima viagem. A Aviança é espartana em seu lanche de bordo (põe a Gol e a Tam no chinelo). Só dão um copo de suco, água ou refrigerante e estamos conversados. Isto porque o vôo era na hora do almoço!.
Chamam a atenção as construções, com varandas de madeira ornamentadas com muitas flores (buganville). Acho que é a única flor que resiste aos 50 graus à sombra, daqui! Nunca senti tanto calor num lugar só. O calor de Noronha é "fichinha" perto desse. A vontade é de ficar o dia inteiro onde haja ar condicionado. Um europeu não aguentaria. Sucumbiria na primeira meia hora!
Um dos produtos básicos da Colômbia, além das rosas, são as esmeraldas. Nunca vi tanta joalheria vendendo esmeraldas.Tivemos que trocar de hotel, porque o nosso era bem chinfrim. Escolhemos outro e como estão em baixa temporada, conseguimos um preço justo. Estamos muito bem instalados no centro histórico e vamos para todos os lugares a pé .Amanhã faremos um city tour de van. E hoje, mais tarde, uma passeio de charrete.
Durante um reconhecimento de terreno, encontramos de pertinho, dando um bordejo por aqui, devidamente acompanhado, o embaixador do Brasil e grande comitiva: S. Excia. o Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim! Sair do Brasil para conhecer o Ministro aqui!
Ambulantes e mágoas do passado
Fizemos
o city tour pela parte nova da cidade e algumas incursões na parte
velha. A cidade tem cerca de 20 mil habitantes e uma quantidade anormal
de vendedores ambulantes que não dão sossego. Ficam o tempo todo atrás
da gente, oferecendo desde quinquilharias até as esmeraldas da Colômbia,
que dizem ser as melhores do mundo.
Visitamos
vários monumentos históricos e o herói nacional aqui é Simon Bolivar,
que libertou a cidade dos espanhóis. O estrago que franceses e ingleses
fizeram aqui, invadindo e levando tudo que podiam para a Europa, não
está no gibi. A mágoa existe até hoje, claro. Acho que sofreram muito
mais do que nós no Brasil. Teve um pirata inglês, um tal de Francis
Drake, que era o cãozinho chupando manga... Pintou e bordou, carregou o
que pode para a Inglaterra. E o espertinho do Luiz XIV acabou de
construir Versailles com o ouro daqui!
Colômbia nunca foi uma das minhas primeiras escolhas dentro das opções de programação de roteiro de viagem, mas lendo este post me pareceu bem interessante conhecer a cidade de Zipaquirá onde fica a Mina de Sal com uma catedral em seu interior. Também adoraria visitar o Santuário do Senhor Caído de Monserrate e um campo de plantação de rosas colombianas que deve haver aos montes por lá como existem os campos de lavanda na Provence.
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