Restaurado,
velho prédio dos Correios é novo polo cultural de São Paulo
Na década
de 60, quantas vezes, ao passar pelo centro da cidade, não fui até o velho
prédio do Palácio dos Correios para postar uma correspondência, redigir e
enviar telegramas, retirar ou mandar encomendas para os familiares que moravam
em Minas Gerais. Não raro, enfrentava grandes filas, tal era a demanda de
pessoas que utilizavam, com a mesma finalidade, a Agência Central na Praça
Alfredo Lessa, mais conhecida como Praça dos Correios, com entrada principal
pela Av.Prestes Mais, esquina com a Av. São João.
foto: divulgação |
O
edifício, no centro histórico da capital, chama atenção por sua arquitetura
representativa do início do século XX, com características ecléticas e linhas
neoclássicas e influências renascentistas.
Durante
décadas foi a sede da Diretoria Regional dos Correios. Sua inauguração ocorreu
em 20 de outubro de 1922, pelo presidente da República, Epitácio Pessoa,
dentro do programa de comemorações do Centenário da Independência. A construção
foi iniciada em 7 de outubro de 1920, seguindo projeto do escritório técnico de
Ramos de Azevedo. O lançamento da pedra fundamental teve a presença de
personalidades ilustres, como o rei Alberto I, da Bélgica.
foto: divulgação |
A construção
fez parte de um amplo processo de modernização do centro da cidade de São
Paulo, num período em que surgiram edifícios, entre os quais o Teatro Municipal, e obras
viárias incluindo o Viaduto do Chá. O prédio dos Correios destacou-se na paisagem do
Vale do Anhangabaú, numa fase de transformação por que passava a cidade e sua
localização na área central foi definida pela proximidade com as vias férreas e
a oferta de transporte urbano rápido da época (bondes).
foto: divulgação |
Depois de
várias reformas internas no período de 1950 a 1978, ainda na década de 70 as
suas atividades administrativas foram transferidas para um endereço na Vila
Leopoldina, na Zona Oeste da capital e na sede original ficaram apenas os
serviços gerais de postagem. Em 2005 houve a última e maior obra de restauração,
incluindo a fachada, que se destaca á noite com sua iluminação por
lâmpadas de LED.
A partir
de 30 de janeiro de 2008, os Correios reinauguraram as novas instalações da
Agência Central de São Paulo, que é a maior dlo país, com 4.838 m2, tem 42
guichês de atendimento e 150 funcionários.
O prédio
é tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico,
Cultural e Ambiental da cidade de São Paulo
e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo. Ocupa uma área construída de 15 mil m2 distribuídos em cinco pavimentos. A Agência Central de São Paulo fica no térreo e no mezanino estão a Agência Filatélica D. Pedro II e um espaço para exposições. No saguão funciona uma unidade do Banco Postal.
e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo. Ocupa uma área construída de 15 mil m2 distribuídos em cinco pavimentos. A Agência Central de São Paulo fica no térreo e no mezanino estão a Agência Filatélica D. Pedro II e um espaço para exposições. No saguão funciona uma unidade do Banco Postal.
Desde
julho de 2013 o imponente e revitalizado prédio transformou-se num novo e
atraente polo cultural e turístico da capital com a inauguração do Centro
Cultural Correios São Paulo, nos andares superiores. Em sua área de 1.280
metros quadrados, nas duas salas de exposições e no saguão, são apresentadas
atividades regulares e gratuitas, nos campos das artes visuais, humanidades e
de música, sempre de terça-feira a domingo.
foto divulgação |
A
primeira mostra foi “Poteiro por Inteiro”, retrospectiva inédita da obra de
Antonio Poteiro, um dos mais conhecidos nomes da arte popular brasileira, que
se estendeu até o dia 4 de setembro. A última exposição, encerrada no dia 25
deste mês, “Experiência Munduruku”, contou a história do povo que vive na
região amazônica há gerações, em harmonia com o rio e toda a rede de vida que o
Tapajós proporciona, e sua luta para impedir a instalação de hidrelétricas e
pela proteção de suas terras. Aguardamos a próxima exposição.
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário