“Mudou o Natal ou Mudei Eu?”
Recorro a uma passagem do clássico “Soneto de
Natal”, do grande Machado de Assis, e volto à minha infância e boa parte da
juventude na mineira Uberaba. Ali, passei muitos dos meus melhores Natais, ao lado dos
saudosos pais, hoje na Glória do Senhor,
e dos quatro irmãos, antes de me mudar
para São Paulo, na década de 60. São
todos inesquecíveis.
Respeito a opinião de todos os que discordarem, mas, para mim, o Natal
continua e sempre será o mesmo. Um momento mágico, a grande festa da família. Nós é que fomos mudando, ano após ano, por um sem número de motivos e/ ou
circunstâncias que surgem ao longo da
vida pessoal e profissional de cada um.
Lembro que, na época, não havia em nossa
casa a árvore de Natal. E, para uma família católica como a nossa, ir à
missa do Galo era uma obrigação. Começava às 23 h e terminava à meia-noite. Os
presentes, o Papai Noel colocava debaixo da cama de cada um. Ninguém nunca via,
estávamos todos dormindo.
Dormíamos ansiosos e explodíamos de alegria na manhã do dia 25 ao ver os
presentes. Papai Noel, apesar das dificuldades, não esquecia de ninguém. E
saímos para a frente de casa para brincar e exibi-los às outras crianças que moravam
na mesma rua.
O tempo passou e fui o primeiro a sair de casa, já formado em
jornalismo, direto para São Paulo. E aos poucos, meus pais e irmãos se fixaram
em Belo Horizonte. Mas eu trocava cartas com os meus pais e ficava sabendo das
novidades da vida da cada um. O Dia das Mães e dos Pais e os aniversários deles
eram a oportunidade para visita-los e matar a saudade.
Mas, no Natal é que todos nos reuníamos: pais, filhos, cunhados, genros,
noras, sobrinhos, netos, bisnetos e, a
cada ano novos agregados, namorados e/ou noivos que foram se integrando à
família para a tradicional ceia e os brindes que antecedem a distribuição dos presentes e os abraços fraternos por
meio do amigo secreto ou oculto.
Bons tempos.
No ciclo da vida, inevitável,
muitos já desembarcaram do trem
e outros embarcaram. Mas, para a nossa família, o Natal não mudou Claro, já não temos a presença de nosso pai e mãe, e de outros entes queridos. Gradativamente o número de participantes diminuiu. Também por uma série de fatores e interesses, como separações, mudanças para outros países e de imprevistos. A cada ano o álbum de fotos se modifica.
No ciclo da vida, inevitável,
muitos já desembarcaram do trem
e outros embarcaram. Mas, para a nossa família, o Natal não mudou Claro, já não temos a presença de nosso pai e mãe, e de outros entes queridos. Gradativamente o número de participantes diminuiu. Também por uma série de fatores e interesses, como separações, mudanças para outros países e de imprevistos. A cada ano o álbum de fotos se modifica.
Este ano, estaremos reunidos, sempre em BH, para a ceia e a
confraternização em família. Não seremos muitos. Mas, sob as bênçãos do Menino
Jesus, vivenciaremos o espírito de Natal. Que não mudou, apesar de que nós,
talvez, não sejamos mais os mesmos
Um Feliz Natal em Cristo e um Ano Novo pleno de saúde e realizações para
todos.
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