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Monumento com a pira.(Hélio Rubiales/YT) Vista do Museu no Parque (Orlando de Almeida/ AP) Vista Interior da Cripta (Hélio Rubiales/YT) |
Primeiro foi Cenotáfio
Os registros históricos revelam que em 1951 houve a necessidade de se encontrar um local para abrigar os despojos do Imperador e das duas Imperatrizes. E como o Monumento era oco por baixo foi considerado ideal para a construção de um Cenotáfio (palavra grega que significa túmulo vazio). Concluído em setembro de 1953, o espaço recebeu primeiro os restos mortais da Imperatriz Leopoldina, em 12 de outubro de 1954. Eles estavam no Convento de Santo Antônio, no Rio de Janeiro. Por um decreto, o então prefeito Adhemar de Barros denominou o Cenotáfio de Capela Imperial em 19 de outubro de 1959.
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Crédito das imagens: Wikipedia |
O traslado dos despojos de D. Pedro l só foi feito em 1972, nas comemorações do sesquicentenário (150 anos) da Independência. Antes de ser finalmente depositado no sarcófago da Cripta Imperial em 1976, o caixão com seus despojos percorreu vários Estados para cerimônias cívicas e religiosas. Entretanto, o coração permaneceu na cidade do Porto, em Portugal, atendendo a seu pedido antes da morte. Mas foi trazido ao Brasil nos festejos do bicentenário e posteriormente voltou para o local de origem, a Igreja da Lapa, no Porto. Uma curiosidade: de acordo com os registros do Departamento dos Museus Municipais, da Secretaria Municipal da Cultura, o despojos de Dom Pedro e de Dona Leopoldina permaneceram expostos por um período num espaço do Museu porque os sarcófagos de granito construídos na Cripta para receber as ossadas eram menores do que os respectivos ataúdes.
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Coração voltou para a cidade do Porto (Crédito: Irmandade da Lapa) |
Depois de sua reabertura, os visitantes acessarão o interior do Monumento pela escada lateral do lado direito do conjunto escultórico. E dentro poderão admirar a beleza e a riqueza das instalações, onde chamam a atenção suas paredes revestidas de granito verde escuro trazido de Ubatuba. O altar localizado no fundo da capela e ladeado por dois castiçais prateados, tem um crucifixo negro e dourado. Mais ao alto, na parede, em bronze, o brasão do Império. Do lado direito, um nicho com o sarcófago de Dona Leopoldina, de granito-verde-escuro que se apoia sobre quatro dragões estilizados de bronze. Na tampa do sarcófago há uma réplica da coroa imperial sobre almofada de bronze, e na face lateral os escudos dos Habsburgos e do Brasil Império com a inscrição do nome e dos títulos da Imperatriz. Em outro nicho, este do lado esquerdo, o sarcófago com os despojos de Dom Pedro I, que tem o mesmo modelo do da Imperatriz, com os escudos dos Bragança e Brasil Império, onde se veem o nome e os títulos do Imperador. Sobre a tampa do sarcófago os fac-símiles da primeira Constituição Brasileira de 1824, e réplicas da espada do Imperador e sua Coroa, em bronze, trabalho feito no Liceu de Artes e Ofícios. Na parede ao fundo, próximo aos nichos, estão as esferas que evocam o ciclo dos descobrimentos marítimos dos portugueses. (A descrição, com riqueza de detalhes, do interior da Cripta Imperial consta de texto do professor Eduardo de J.M. do Nascimento, então diretor Divisão de Museus e foi publicada pela Revista do Arquivo Municipal) .