quinta-feira, 31 de agosto de 2023

👑Cripta Imperial, restaurada, reabre em setembro.

      
Monumento com a pira.(Hélio Rubiales/YT) Vista do Museu no Parque (Orlando de Almeida/ AP) Vista Interior da Cripta (Hélio Rubiales/YT)
       
     Os moradores da cidade e, principalmente , os turistas que vêm a São Paulo para conhecer as atrações do seu rico e diversificado patrimônio histórico e cultural, ganharão um presente em setembro. A Secretaria Municipal de Cultura espera reabrir ao público, no Parque da Independência, no bairro do Ipiranga, a Cripta Imperial no interior do Monumento, também chamado de Altar da Pátria. A data prevista, mas ainda não confirmada, é 7 de setembro, uma quinta-feira, feriado nacional (201 anos da Independência), exatamente um ano após a reinauguração do Museu. 

    O Museu Paulista e o Parque, com suas fontes e paisagismo, foram recuperados e entregues nas comemorações do bicentenário da Independência.  As obras de reforma começaram em 2013. Mas a espera compensou plenamente. Milhares de pessoas voltaram a frequentar o Parque, que ganhou um skatetódromo e playground completo. O Museu agora oferece uma atração extra, além do seu extraordinário acervo histórico e exposições: um mirante no seu topo, com acesso por elevador e uma pequena escada, proporciona vistas panorâmicas de toda região e de outros bairros
 
   Apesar de ter sido inaugurado durante os festejos pelo centenário da Independência em 1922, o Monumento foi concluído quatro anos depois. Na Cripta, que tem três níveis, estão os restos mortais do Imperador Dom Pedro I (em 1972) e de suas esposas, as imperatrizes Dona Leopoldina de Habsburgo (em 1954) e Dona Amélia de Leuchtenberg (em1984).

    Com a reforma, concluída no final de agosto, o interior do Monumento conta com novos sanitários, rampas acessíveis e uma plataforma elevatória até o nível da Cripta, onde se encontram os despojos de D. Pedro, Da. Leopoldina e Da. Amélia. Houve o restauro dos objetos em bronze localizados juntos aos sarcófagos; fechamento do teto da Cripta em mármore amarelo; nova expografia; climatização com a instalação de novos aparelhos de ar condicionado; iluminação integrada, além da resolução de problemas de infiltração.

       Nas obras de reforma do Monumento e da Cripta Imperial foram investidos R$ 5,5 milhões, nas duas fases da intervenção, pela Secretaria Municipal de  Obras.
      De acordo com a Secretaria Municipal de Cultura, gestora do complexo, após o término dos serviços a Cripta Imperial ficará aberta ao público de terça a domingo, das 9 às 17 h, e não haverá cobrança de ingresso.

Primeiro foi Cenotáfio

   Os registros históricos revelam que em 1951 houve a necessidade de se encontrar um local para abrigar os despojos do Imperador e das duas Imperatrizes. E como o Monumento era oco por baixo foi considerado ideal para a construção de um Cenotáfio (palavra grega que significa túmulo vazio). Concluído em setembro de 1953, o espaço recebeu primeiro os restos mortais da Imperatriz Leopoldina, em 12 de outubro de 1954. Eles estavam no Convento de Santo Antônio, no Rio de Janeiro. Por um decreto, o então prefeito Adhemar de Barros denominou o Cenotáfio de Capela Imperial em 19 de outubro de 1959. 

Crédito das imagens: Wikipedia

     O traslado dos despojos de D. Pedro l só foi  feito em 1972, nas comemorações do sesquicentenário (150 anos) da Independência. Antes de ser finalmente depositado no sarcófago da Cripta Imperial em 1976, o caixão com seus despojos percorreu vários Estados para cerimônias cívicas e religiosas. Entretanto, o coração permaneceu na cidade do Porto, em Portugal, atendendo a seu pedido antes da morte. Mas foi trazido ao Brasil nos festejos do bicentenário e posteriormente voltou para o local de origem, a Igreja da Lapa, no Porto.     Uma curiosidade: de acordo com os registros do Departamento dos Museus Municipais, da Secretaria Municipal da Cultura, o despojos de Dom Pedro e de Dona Leopoldina permaneceram expostos por um período num espaço do Museu porque os sarcófagos de granito construídos na Cripta para receber as ossadas eram menores do que os respectivos ataúdes.

Coração voltou para a cidade do Porto (Crédito: Irmandade da Lapa)

    Em 1984, o ataúde com os restos mortais de Dona Amélia, que também estavam em Portugal, foram transladados para a Cripta. Em 2012, houve uma exumação de todos e se revelou que  maior parte do corpo mumificado de Dona Amélia estava em ótimo estado de conservação. Após a exumação, foram devolvidos à Cripta Imperial.

A Cripta em detalhes


     
  
  Depois de sua reabertura
, os visitantes acessarão o interior do Monumento pela escada lateral do lado direito do conjunto escultórico. E dentro poderão admirar a beleza e a riqueza das instalações, onde chamam a atenção suas paredes revestidas de granito verde escuro trazido de Ubatuba.
      O altar localizado no fundo da capela e ladeado por dois castiçais prateados, tem um crucifixo negro e dourado. Mais ao alto, na parede, em bronze, o brasão do Império.     Do lado direito, um nicho com o sarcófago de Dona Leopoldina, de granito-verde-escuro que se apoia sobre quatro dragões estilizados de bronze. Na tampa do sarcófago há uma réplica da coroa imperial sobre almofada de bronze, e na face lateral os escudos dos Habsburgos e do Brasil Império com a inscrição do nome e dos títulos da Imperatriz.      Em outro nicho, este do lado esquerdo, o sarcófago com os despojos de Dom Pedro I, que tem o mesmo modelo do da Imperatriz, com os escudos dos Bragança e Brasil Império, onde se veem o nome e os títulos do Imperador. Sobre a tampa do sarcófago  os fac-símiles da primeira Constituição Brasileira de 1824, e réplicas da espada do Imperador e sua Coroa, em bronze, trabalho feito no Liceu de Artes e Ofícios. Na parede ao fundo, próximo aos nichos, estão as esferas que evocam o ciclo dos descobrimentos marítimos dos portugueses.  (A descrição, com riqueza de detalhes, do interior da Cripta Imperial consta de texto do professor Eduardo de J.M. do Nascimento, então diretor Divisão de Museus e foi publicada pela Revista do Arquivo Municipal) .

quinta-feira, 22 de julho de 2021

Olimpíadas da Pandemia

 Olimpíadas 2020-2021

Estádio Olímpico de Tóquio construído em 2019 e que não terá público.

Símbolo Olímpico dos Jogos

Miraitowa - mascote da Olimpíada de Toquio 2021

    





Japão, de máscara, com silêncio e medo

As Olimpíadas de Tóquio, XXXII da Era Moderna, transferidas de 2020 (por causa da pandemia mundial) para 2021 e cuja abertura é amanhã (23), às 8hs de Brasília, serão definitivamente marcadas pelo Coronavirus que já ceifou mais de 4 milhões de vidas em todo o Planeta. E pela primeira vez na história dos Jogos, desde sua instituição na Grécia em 1896, não terá a presença de estrangeiros para acompanhar as competições nas arenas olímpicas. Desde dezembro, visitantes estão proibidos de entrar no Japão. E não mais do que 10 mil residentes locais, em cada arena, estão autorizados a assistir às competições, mas apenas as disputadas fora de Tóquio e sua região. Usarão máscaras, manterão distanciamento e só se manifestarão por meio de aplausos. Não poderão gritar, falar alto, nem levar comida e bebida aos locais.

O Imperador Naruhito fará a declaração oficial de abertura. E o desfile das delegações, de mais de 200 países, um dos pontos altos da cerimônia no Estádio Olímpico, construído em 2019, chamará mais a atenção pela ausência de público. Além do reduzido número de atletas: apenas 2 por país, um homem e uma mulher. De máscara e sem aquela confraternização no gramado após o desfile. Todos os juramentos serão feitos por duplas. 

Ainda não se sabe qual o personagem, normalmente um atleta,  entrará no estádio conduzindo a Tocha Olímpica que percorreu o país em um rodízio repleto de sobressaltos. E nem se o acendimento da pira, que arderá até o encerramento dos Jogos, será manual, como foi em 1964, ou utilizará algum recurso tecnológico de impacto visto em outras edições desde Los Angeles 84. 

A abertura deverá ser sóbria e o tema escolhido é "Unidos pela Emoção". A propósito, o compositor japonês Keigo Oyamada, autor de uma das músicas do tema, renunciou nesta segunda-feira (19) depois de admitir a prática de "bullying" agressivo contra portadores de deficiência, seus colegas de classe, nos anos 90. O caso vinha sendo publicado em jornais e revistas do país nos últimos dias. A última baixa foi a demissão, hoje (22) do diretor da cerimônia de abertura, Kentaro Kobaiashi, por ter feito, em 1998,  uma piada com o Holocausto dos judeus.

Até o apagar da chama olímpica, o medo da contaminação pelo vírus será uma ameaça constante. Para atletas, dirigentes, jornalistas e a população, mesmo cumprindo as rigorosas medidas de restrição impostas pelo Governo Japonês, o Comitê Organizador e o COI. Entre elas, testes diários para todos e o isolamento imediato de quem apresentar resultado positivo. No caso dos atletas, a desobediência  obrigará o infrator a deixar o Japão.

Com certeza estas Olimpíadas ficarão na história mais pelo que não aconteceu e menos pelo protagonismo dos atletas, suas grandes vitórias,  recordes e decepções nos 33 esportes em disputa. Ou por conta dos equipamentos de ultima geração já anunciados. Os pódios estarão vazios. Levadas em bandejas, caberá aos próprios atletas colocar as medalhas, de material metálico reciclável, nos próprios pescoços. Fato inédito e impactante.

Desde que foram adiadas para 2021, constatou-se que uma boa parte da população japonesa, ouvida em pesquisas, foi e é  contra a sua realização devido ao elevado número de casos e de óbitos pela Covid 19 no país. E que continua ameaçando de colapso o sistema de saúde em Tóquio, Osaka e outras cidades. O principal  jornal do Japão, Asahi Shimbum, um dos patrocinadores das Olimpíadas, chegou a publicar um duro editorial pedindo o cancelamento ou novo adiamento dos Jogos. E nas últimas horas, outro patrocinador, a Toyota, anunciou  que não mais vinculará ações relacionadas ao  evento em solidariedade ao povo.

Apesar disso, sob a argumentação de que foram implementadas rigorosas medidas preventivas para proteger e garantir a saúde dos mais de 11 mil atletas (302 do Brasil) que competirão e dos residentes no país, incluindo  a aceleração do processo de vacinação, a decisão de realizar o evento foi mantida. Pesou também o impacto econômico: o cancelamento das Olimpíadas mais caras da história, e das Paraolimpíadas, em seguida, custariam ao Japão cerca de 16,6 bilhões de dólares.

As Olimpíadas se estenderão até o dia 4 de agosto e é imprevisível que tudo aconteça com pompa e circunstância do começo ao fim, diante de tantos desafios e até fenômenos naturais como a possibilidade de um tufão. Desde o domingo, mais de 80  casos de contaminação pelo vírus foram confirmados, incluindo prestadores de serviços, jornalistas e quatro atletas na Vila Olímpica. E ontem a Guiné, que teria cinco representantes, desistiu, juntando-se à Coreia do Norte e Samoa. O certo mesmo é que as medalhas conquistadas não terão o mesmo brilho do ouro, prata e bronze das Olimpíadas de Tóquio de 1964. E estes Jogos também não deixarão o importante legado daqueles, os primeiros realizados na Ásia há 57 anos e num país em reconstrução.

Abertos pelo Imperador Hirohito, os Jogos de 64 tiveram a participação de 5.151 atletas de 93 nações. O momento mais emblemático  foi a entrada no estádio do jovem Yoshinori Sakai, de 19 anos, conduzindo a tocha olímpica. Ele nasceu em Hiroshima no dia 6 de agosto de 1945, quando a bomba atômica foi detonada sobre a cidade. Morreu aos 69 anos, em 2014, em Tóquio e era jornalista.

Yoshinori Sakai conduzindo a tocha olímpica em 1964

A escolha foi uma homenagem às vítimas do holocausto nuclear e um apelo à paz no Mundo. O mesmo Mundo, que por causa da pandemia da Covid 19 terá que se contentar em ver as  Olimpíadas  pela TV e Internet.  

                                                                        

Misha se despede em lágrimas em 1980

 


 

 

 

 

 

 

 

 

  

Para mim, passados 41 anos, o que jamais se apagarão são as imagens do ursinho Misha, mascote oficial dos Jogos se Moscou 80, impulsionado aos céus por balões coloridos acenando e em lágrimas. Um momento mágico que acompanhei da tribuna de imprensa do Estádio Lênin como enviado especial da Folha de São Paulo.


domingo, 6 de junho de 2021

Histórias e Estórias de um Diário de Viagens (IV)

Japão, sem máscaras e com cerejeiras em flor


Foto:MLA

Foto:MLA




 

 

 

 

 

Nos consideramos com sorte porque pudemos planejar e fazer esta viagem ao Japão em fins de março e inicio de abril. Portanto, antes do temível vírus da Covid-19 surgir na China, se espalhar como uma pandemia devastadora em todo o mundo e obrigar o adiamento da Olimpíada de Tóquio 2020 para julho-agosto de 2021. Percorremos um Japão, “terra onde nasce o sol”, sem máscaras. E por nove dias entramos em contato com suas tradições milenares ao lado da tecnologia mais avançada.

E, como era época, nos deslumbramos com o espetáculo proporcionado pelas cerejeiras em flor. Um símbolo nacional que encanta os milhões de turistas que visitam o país todos os anos. É o período do Sakura Matsuri , um festival de cores. E de contemplar as flores, o Hanami. 


Antes, uma olhada em Dubai 

Foto MLA


Foto:MLA

Foto:MLA

Mas, antes de pisar em solo japonês, o roteiro montado para o grupo pela agência de turismo estabelecia uma breve passagem por Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Embarcamos na noite de 23 de março, no aeroporto de Confins, com escala em Guarulhos e na madrugada de 24 decolamos para Dubai onde chegamos à noite. Na manhã do dia 25, iniciamos nosso tour pelo extravagante e mais populoso dos sete Emirados, com mais de 2 milhões de habitantes.

Considerada a capital do turismo na região, com 700 km de costa e sol constante, Dubai é chamada a “Pérola do Golfo da Arábia”. Cenário futurista. O território de Dubai é desértico, mas repleto de oásis e belas praias, banhadas pelas águas azuis do Golfo. Logo constatamos, pela sua paisagem urbana, que é uma cidade futurista, onde se destacam extensas avenidas, prédios modernos e centros de negócios, em meio a numerosos e atraentes pontos turísticos.

Foram menos de dois dias de permanência, mas suficientes para perceber que é uma metrópole segura e que acolhe bem seus visitantes. Tem um dos mais altos padrões de vida do mundo, rede hoteleira luxuosa e modernas instalações culturais, esportivas e de lazer, sem deixar de lado suas tradições seculares fundamentadas no islamismo árabe. Foi possível conhecer o Zabeel Palace, do Sheik, a área de Bastakiya, parte antiga, e depois o bairro Deira, o principal de Dubai. Percorrendo a Baniyas Road, ao longo do canal Creek, uma entrada estreita de mar que cruza a cidade, chegamos ao que há de mais impressionante e moderno em Dubai. Na Av. Sheik Zayed (Zheikh Zayed Road) fica a área financeira da cidade, de rica arquitetura, com edifícios altíssimos e futuristas. Entre os destaques, o Forte Fahid e o Burj Khalifa Tower, o então segundo maior prédio do mundo, e o Museu Dubai.

E o desfile de atrações do roteiro seguiu com visitas à Grande Mesquita de Jumeirah, parada na praia do mesmo nome para fazer imagens do Grande Burj Al Arab Hotel, um ícone de Dubai, de 7 estrelas, passeio por Palm Jumeirah e Dubai Creek. A bordo de um Abra, pequeno barco usado como transporte fluvial da população, que leva ao bairro Deira, cruzamos o canal para conhecer o Spice Souk. É um grande mercado de especiarias e condimentos, doces e comidas típicas. Mas a atração principal é o Gold Souk, com mais de 300 lojas e joalherias.

A despedida desta rápida aventura por Dubai, e que deixamos na madrugada do dia 26, foi com um jantar num dos excelentes restaurantes da cidade. Felizmente não fomos surpreendidos pela natureza que, não raro, causa transtornos com tempestades de areia.

Castelos, budas, gueixas e cervos: estamos no Japão

Foto:MLA Vista panorâmica da cidade de Osaka

Foto:MLA

Um guia falando espanhol nos recepcionou na chegada à tarde ao aeroporto de Osaka, primeira cidade desta viagem ao Japão. Muita ansiedade para conhecer seus castelos, templos e admirar os Budas. Sem perda de tempo, na manhã do dia 27, fomos ao Mercado Kuromon, conhecido como a cozinha de Osaka. Do observatório no Umeda Sky Building, ligado por duas torres, apreciamos toda a cidade com uma impressionante vista de 360º. E antes do almoço, visitamos o histórico Castelo de Osaka.

O roteiro nos levou no dia seguinte para Nara, capital do país entre 710 e 784. É uma cidade mais antiga do que Kyoto, e que se orgulha de ser a primeira capital permanente do Japão (antigamente era costume mudar a capital para o palácio no qual o Imperador reinava). Duas de suas atrações: o templo Todaiji, com seu enorme Buda de bronze, o maior do país, e o belo Parque de Nara, onde seus cervos sagrados, considerados mensageiros divinos, circulam livremente sem se incomodar com a presença dos turistas que não param de tirar fotos e insistem em alimentá-los.

Foto:MLA
Foto:MLA

Por mais de um século Kyoto foi a capital imperial do Japão e não víamos a hora de conhecê-la. Cercada por colinas, entre 794 a 1868 monopolizou as atividades culturais e artísticas do país. Seu belíssimo Pavilhão Dourado, pequeno templo que tem ao fundo um grande bosque, é considerado o símbolo de Kyoto e das imagens mais representativas do Japão por causa de sua estrutura de madeira folheada a ouro. Tivemos sorte e pudemos conhecer o templo Kiyomizu ou Kiyomizudera (Templo da Água Pura), declarado Patrimônio Mundial da Unesco desde 1994. Felizmente a restauração estava terminada. Ele foi construído em 790 DC, no sistema de encaixe, sem o uso de pregos. E completamos o roteiro com uma visita ao Castelo Nijo, de 1603, erguido para moradia de um dos Shoguns mais importantes do Japão. Trata-se de um luxuoso complexo de construções do século 17, considerado um símbolo de poder e também Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Antes de voltar ao hotel, demos uma parada na região de Gion, conhecido como o bairro das gueixas. Vimos e fotografamos algumas delas.

Foto:MLA
 
Foto:MLA Castelo de Nijo 

Emoção no Memorial da Paz em Hiroshima

De Kyoto nos deslocamos com o veloz Super Express (Shinkansen), o famoso trem-bala, para Hiroshima. E de transporte público chegamos ao local que já recebeu mais de 50 milhões de visitantes desde a sua criação: o Parque Memorial da Paz, área onde caiu a Bomba Atômica jogada pelos EUA em 6 de agosto de 1945. Não há quem não se emocione ao percorrer as salas do Museu Memorial da Paz que exibe vídeos, documentos, objetos e fotos que relembram um dos momentos mais terríveis para a humanidade. Também conhecemos o impactante prédio do Memorial, um dos poucos edifícios que resistiram ao bombardeio nuclear. 

Foto:PAA
 
Foto:MLA

Foto:MLA  Monumento à Paz

 Santuário Itsukushima e Torii (Grande Portão)

O dia ainda nos reservou uma excursão à Ilha de Miyajima, um dos principais cartões postais do Japão e próxima da estação de trem de Hiroshima. Em meio a belas paisagens, é repleta de ruelas, templos, casas antigas e restaurantes. Os turistas podem escolher entre três rotas para caminhar. Optamos por uma que demorou três horas para conhecer as diferentes atrações. O grande destaque é o Santuário, elevado no mar, declarado como Patrimônio Mundial em dezembro de 1996. Trata-se de construção única, no estilo de arquitetura Shinden, erguida pela primeira vez em 593 e remodelada na atual estrutura em 1168. É formada por uma capela-mor, um palco de teatro Noh, duas salas de música, além de outras capelas. Tudo está conectado por corredores, com extensão total de cerca de 300 metros.

Chama a atenção, o impressionante Torii, portal xintoísta, que fica distante 200 metros do Santuário. Tem 16 metros de altura e seus pilares principais cerca de 10 metros de circunferência. O atual Torii é o oitavo desde o período Heian e foi construído em 1875. Chamado de o Grande Portão é o símbolo turístico de Miyajima. Durante a caminhada também visitamos outros pontos, entre os quais o Aquário, com cerca de 350 variedades de animais marinhos, e que cria e exibe 13 mil peixes, além de oferecer shows e outras atrações, Centro de Artesanato, com salas de exposição de produtos tradicionais da indústria de arte de Miyajima, obras-primas de pás de arroz de madeira, pauzinhos de cinco cores, conchas de madeira, gravuras, bandejas entalhadas à mão e cerâmica; Parque Omoto, com árvores centenárias, e que se colore com as flores das cerejeiras, azaléias e folhas de bordô vermelho nas diferentes estações; e o Takoto, um pagode de 15,6 metros de altura construído em 1523, que combina seu nível inferior em forma de quadrado com um superior redondo.

Foto:MLA 
Foto:PAA O-Torii

 Casas de madeira e de samurais

No dia 30 de março nos despedimos de Hiroshima e Kyoto e seguimos para Shirakawa-Go e Takayama, próximas uma da outra. A primeira é uma aldeia na fronteira dos Alpes do Japão, que faz você voltar no tempo, conhecendo suas casinhas de mais de 250 anos, construídas no estilo Gasho-Zukuri, com madeiras e cujo telhado suporta toneladas de neve. Foi declarada Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco e tem museus e belos templos, entre os quais o Shintoista Akiba. A pequena Takayama, de arquitetura clássica e rico artesanato típico, fica nas montanhas da província de Gifu. Sua atividade econômica é voltada para a exploração de madeira e produção de papel e saquê. As marcas do passado estão no acervo arquitetônico de prédios históricos, com destaque para a sede governamental do tempo dos samurais (Takayama Jinya) e a Casa Kusakabe. O que também atrai os turistas são as fontes termais da região de Gero, que visitamos no dia seguinte. E ainda deu tempo para um passeio pelas ruas de Tsumago, outro atraente vilarejo, para conhecer a Waki Honjin, uma casa tradicional de samurai. 

Foto:MLA

Hakone das águas termais 

Distante apenas 83 quilômetros de Tóquio, Hakone é a porta de entrada ao Monte Fuji. Condições climáticas desfavoráveis nos impediram de fazer um minicruzeiro pelo Lago Ashi, formado em uma cratera vulcânica e subir de teleférico até o Monte Komagatake. Mas visitamos as fontes de águas termais que brotam das rochas e a Hakone Sekishoato, uma reconstrução de um posto de controle em uma estrada medieval.   

Foto:MLA Monte Fuji
 
Foto:MLA Lago Ashi
 
 
Foto: MLA Fontes Termais Sulfurosas

 
  
                            






 


Da frenética Tóquio à histórica Nikko

O roteiro de nossa viagem reservou dois dias para a frenética capital do Japão. Sem sombra de dúvida, logo chama atenção o extraordinário sistema de transporte público da cidade, com sua extensa e moderna rede de linhas de trem e metrô. Na manhã do dia 2 de abril iniciamos a série de passeios pela Praça Imperial Santuário Meiji, situado em uma ampla área verde e cercado por grandes edifícios. Na sequência o Templo Sensoji, em Asakusa, que se destaca por seus portais com enormes lanternas vermelhas. O tour terminou na região de Ginza, o mais importante centro de compras da cidade.  

Foto:PAA

Foto:MLA
Foto:PAA


 


 

     

 

 

Com o dia livre, aceitamos a sugestão para conhecer Nikko, mundialmente conhecida pelo Santuário de Toshogu, que tem a mais luxuosa decoração do país. Em 1999, este conjunto de templos e santuários foi declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Outro destaque é a área ao redor do lago Chuzenji, com suas águas azuis e as folhagens que chamam a atenção principalmente no outono. Sem falar na “Catarata de Kegon”, de 100 metros de altura.

Foto:PAA

                           

Seul, mais de 2 mil anos de história

Foto:MLA

Mais conhecida e explorada pelo turismo internacional após ser a sede da Olimpíada de 1988, Seul, etapa final da viagem, mistura em sua paisagem urbana a modernidade das grandes cidades cosmopolitas com o tradicionalismo oriental. Com mais de 2 mil anos de história e população superior a 10 milhões de habitantes, e às margens do rio Han, Seul é capital da Coréia do Sul há mais de 600 anos, seu principal centro econômico, financeiro e comercial, e referência em tecnologia.

A cidade tem dezenas de pontes e viadutos que ligam as margens do rio Han, despoluído e navegável. Nelas foram criadas extensas áreas com areia, verdadeiras praias, onde a população pratica atividades esportivas e de lazer. Os espaços têm excelente infraestrutura de serviços, que incluem bares, lanchonetes e restaurantes. Em nossos passeios, incluindo um dia livre, constatamos que Seul transmite segurança aos turistas. De dia e de noite.

Foto:MLA

Foto:MLA

 

 

 

 

 

 

 

Quem tiver oportunidade de visitar esta cidade, deve incluir no seu roteiro, entre outros, os seguintes pontos: Mercado Myeongdong, a principal região de compras da capital, com numerosas lojas, cafés e barraquinhas; Palácio Changdeokgung, de construções tradicionais e o único dos cinco grandes palácios de Seul declarado Patrimônio Mundial pela Unesco; Palácio Gyeongbokgung, o maior, mais antigo e mais popular de todos, construído originalmente em 1395, destruído e reconstruído várias vezes. Neste local, há sempre milhares de visitantes, turistas ou não, tirando fotos e filmando o grande complexo formado de pavilhões e jardins. Para quem quiser, estão disponíveis para alugar as tradicionais e coloridas roupas típicas usadas no cotidiano dos coreanos e em dias festivos.

 

Foto:MLA

Em nosso último ato em Seul, que deixamos no dia 6 de abril, visitamos o magnífico Templo Budista Jogyesa e o mercado de antiguidades de Insadong. Uma viagem que nunca será apagada do nosso diário.