Japão, sem máscaras e com cerejeiras em flor
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Nos consideramos com sorte porque pudemos planejar e fazer esta viagem ao Japão em fins de março e inicio de abril. Portanto, antes do temível vírus da Covid-19 surgir na China, se espalhar como uma pandemia devastadora em todo o mundo e obrigar o adiamento da Olimpíada de Tóquio 2020 para julho-agosto de 2021.
Percorremos um Japão, “terra onde nasce o sol”, sem máscaras. E por nove dias entramos em contato com suas tradições milenares ao lado da tecnologia mais avançada.
E, como era época, nos deslumbramos com o espetáculo proporcionado pelas cerejeiras em flor. Um símbolo nacional que encanta os milhões de turistas que visitam o país todos os anos. É o período do Sakura Matsuri , um festival de cores. E de contemplar as flores, o Hanami.
Antes, uma olhada em Dubai
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Mas, antes de pisar em solo japonês, o roteiro montado para o grupo pela agência de turismo estabelecia uma breve passagem por Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Embarcamos na noite de 23 de março, no aeroporto de Confins, com escala em Guarulhos e na madrugada de 24 decolamos para Dubai onde chegamos à noite.
Na manhã do dia 25, iniciamos nosso tour pelo extravagante e mais populoso dos sete Emirados, com mais de 2 milhões de habitantes.
Considerada a capital do turismo na região, com 700 km de costa e sol constante, Dubai é chamada a “Pérola do Golfo da Arábia”.
Cenário futurista.
O território de Dubai é desértico, mas repleto de oásis e belas praias, banhadas pelas águas azuis do Golfo. Logo constatamos, pela sua paisagem urbana, que é uma cidade futurista, onde se destacam extensas avenidas, prédios modernos e centros de negócios, em meio a numerosos e atraentes pontos turísticos.
Foram menos de dois dias de permanência, mas suficientes para perceber que é uma metrópole segura e que acolhe bem seus visitantes. Tem um dos mais altos padrões de vida do mundo, rede hoteleira luxuosa e modernas instalações culturais, esportivas e de lazer, sem deixar de lado suas tradições seculares fundamentadas no islamismo árabe.
Foi possível conhecer o Zabeel Palace, do Sheik, a área de Bastakiya, parte antiga, e depois o bairro Deira, o principal de Dubai. Percorrendo a Baniyas Road, ao longo do canal Creek, uma entrada estreita de mar que cruza a cidade, chegamos ao que há de mais impressionante e moderno em Dubai.
Na Av. Sheik Zayed (Zheikh Zayed Road) fica a área financeira da cidade, de rica arquitetura, com edifícios altíssimos e futuristas. Entre os destaques, o Forte Fahid e o Burj Khalifa Tower, o então segundo maior prédio do mundo, e o Museu Dubai.
E o desfile de atrações do roteiro seguiu com visitas à Grande Mesquita de Jumeirah, parada na praia do mesmo nome para fazer imagens do Grande Burj Al Arab Hotel, um ícone de Dubai, de 7 estrelas, passeio por Palm Jumeirah e Dubai Creek.
A bordo de um Abra, pequeno barco usado como transporte fluvial da população, que leva ao bairro Deira, cruzamos o canal para conhecer o Spice Souk. É um grande mercado de especiarias e condimentos, doces e comidas típicas. Mas a atração principal é o Gold Souk, com mais de 300 lojas e joalherias.
A despedida desta rápida aventura por Dubai, e que deixamos na madrugada do dia 26, foi com um jantar num dos excelentes restaurantes da cidade. Felizmente não fomos surpreendidos pela natureza que, não raro, causa transtornos com tempestades de areia.
Castelos, budas, gueixas e cervos: estamos no Japão
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Foto:MLA Vista panorâmica da cidade de Osaka
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Um guia falando espanhol nos recepcionou na chegada à tarde ao aeroporto de Osaka, primeira cidade desta viagem ao Japão. Muita ansiedade para conhecer seus castelos, templos e admirar os Budas.
Sem perda de tempo, na manhã do dia 27, fomos ao Mercado Kuromon, conhecido como a cozinha de Osaka. Do observatório no Umeda Sky Building, ligado por duas torres, apreciamos toda a cidade com uma impressionante vista de 360º. E antes do almoço, visitamos o histórico Castelo de Osaka.
O roteiro nos levou no dia seguinte para Nara, capital do país entre 710 e 784. É uma cidade mais antiga do que Kyoto, e que se orgulha de ser a primeira capital permanente do Japão (antigamente era costume mudar a capital para o palácio no qual o Imperador reinava).
Duas de suas atrações: o templo Todaiji, com seu enorme Buda de bronze, o maior do país, e o belo Parque de Nara, onde seus cervos sagrados, considerados mensageiros divinos, circulam livremente sem se incomodar com a presença dos turistas que não param de tirar fotos e insistem em alimentá-los.
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Por mais de um século Kyoto foi a capital imperial do Japão e não víamos a hora de conhecê-la. Cercada por colinas, entre 794 a 1868 monopolizou as atividades culturais e artísticas do país. Seu belíssimo Pavilhão Dourado, pequeno templo que tem ao fundo um grande bosque, é considerado o símbolo de Kyoto e das imagens mais representativas do Japão por causa de sua estrutura de madeira folheada a ouro.
Tivemos sorte e pudemos conhecer o templo Kiyomizu ou Kiyomizudera (Templo da Água Pura), declarado Patrimônio Mundial da Unesco desde 1994. Felizmente a restauração estava terminada. Ele foi construído em 790 DC, no sistema de encaixe, sem o uso de pregos.
E completamos o roteiro com uma visita ao Castelo Nijo, de 1603, erguido para moradia de um dos Shoguns mais importantes do Japão. Trata-se de um luxuoso complexo de construções do século 17, considerado um símbolo de poder e também Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
Antes de voltar ao hotel, demos uma parada na região de Gion, conhecido como o bairro das gueixas. Vimos e fotografamos algumas delas.
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Foto:MLA Castelo de Nijo |
Emoção no Memorial da Paz em Hiroshima
De Kyoto nos deslocamos com o veloz Super Express (Shinkansen), o famoso trem-bala, para Hiroshima. E de transporte público chegamos ao local que já recebeu mais de 50 milhões de visitantes desde a sua criação: o Parque Memorial da Paz, área onde caiu a Bomba Atômica jogada pelos EUA em 6 de agosto de 1945.
Não há quem não se emocione ao percorrer as salas do Museu Memorial da Paz que exibe vídeos, documentos, objetos e fotos que relembram um dos momentos mais terríveis para a humanidade. Também conhecemos o impactante prédio do Memorial, um dos poucos edifícios que resistiram ao bombardeio nuclear.
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Foto:MLA Monumento à Paz |
Santuário Itsukushima e Torii (Grande Portão)
O dia ainda nos reservou uma excursão à Ilha de Miyajima, um dos principais cartões postais do Japão e próxima da estação de trem de Hiroshima. Em meio a belas paisagens, é repleta de ruelas, templos, casas antigas e restaurantes. Os turistas podem escolher entre três rotas para caminhar. Optamos por uma que demorou três horas para conhecer as diferentes atrações.
O grande destaque é o Santuário, elevado no mar, declarado como Patrimônio Mundial em dezembro de 1996. Trata-se de construção única, no estilo de arquitetura Shinden, erguida pela primeira vez em 593 e remodelada na atual estrutura em 1168. É formada por uma capela-mor, um palco de teatro Noh, duas salas de música, além de outras capelas. Tudo está conectado por corredores, com extensão total de cerca de 300 metros.
Chama a atenção, o impressionante Torii, portal xintoísta, que fica distante 200 metros do Santuário. Tem 16 metros de altura e seus pilares principais cerca de 10 metros de circunferência. O atual Torii é o oitavo desde o período Heian e foi construído em 1875. Chamado de o Grande Portão é o símbolo turístico de Miyajima.
Durante a caminhada também visitamos outros pontos, entre os quais o Aquário, com cerca de 350 variedades de animais marinhos, e que cria e exibe 13 mil peixes, além de oferecer shows e outras atrações, Centro de Artesanato, com salas de exposição de produtos tradicionais da indústria de arte de Miyajima, obras-primas de pás de arroz de madeira, pauzinhos de cinco cores, conchas de madeira, gravuras, bandejas entalhadas à mão e cerâmica; Parque Omoto, com árvores centenárias, e que se colore com as flores das cerejeiras, azaléias e folhas de bordô vermelho nas diferentes estações; e o Takoto, um pagode de 15,6 metros de altura construído em 1523, que combina seu nível inferior em forma de quadrado com um superior redondo.
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Foto:PAA O-Torii
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Casas de madeira e de samurais
No dia 30 de março nos despedimos de Hiroshima e Kyoto e seguimos para Shirakawa-Go e Takayama, próximas uma da outra.
A primeira é uma aldeia na fronteira dos Alpes do Japão, que faz você voltar no tempo, conhecendo suas casinhas de mais de 250 anos, construídas no estilo Gasho-Zukuri, com madeiras e cujo telhado suporta toneladas de neve. Foi declarada Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco e tem museus e belos templos, entre os quais o Shintoista Akiba.
A pequena Takayama, de arquitetura clássica e rico artesanato típico, fica nas montanhas da província de Gifu. Sua atividade econômica é voltada para a exploração de madeira e produção de papel e saquê. As marcas do passado estão no acervo arquitetônico de prédios históricos, com destaque para a sede governamental do tempo dos samurais (Takayama Jinya) e a Casa Kusakabe.
O que também atrai os turistas são as fontes termais da região de Gero, que visitamos no dia seguinte. E ainda deu tempo para um passeio pelas ruas de Tsumago, outro atraente vilarejo, para conhecer a Waki Honjin, uma casa tradicional de samurai.
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Hakone das águas termais
Distante apenas 83 quilômetros de Tóquio, Hakone é a porta de entrada ao Monte Fuji. Condições climáticas desfavoráveis nos impediram de fazer um minicruzeiro pelo Lago Ashi, formado em uma cratera vulcânica e subir de teleférico até o Monte Komagatake. Mas visitamos as fontes de águas termais que brotam das rochas e a Hakone Sekishoato, uma reconstrução de um posto de controle em uma estrada medieval.
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Foto:MLA Monte Fuji | Foto:MLA Lago Ashi
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| Foto: MLA Fontes Termais Sulfurosas
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Da frenética Tóquio à histórica Nikko
O roteiro de nossa viagem reservou dois dias para a frenética capital do Japão. Sem sombra de dúvida, logo chama atenção o extraordinário sistema de transporte público da cidade, com sua extensa e moderna rede de linhas de trem e metrô.
Na manhã do dia 2 de abril iniciamos a série de passeios pela Praça Imperial Santuário Meiji, situado em uma ampla área verde e cercado por grandes edifícios. Na sequência o Templo Sensoji, em Asakusa, que se destaca por seus portais com enormes lanternas vermelhas. O tour terminou na região de Ginza, o mais importante centro de compras da cidade.
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Com o dia livre, aceitamos a sugestão para conhecer Nikko, mundialmente conhecida pelo Santuário de Toshogu, que tem a mais luxuosa decoração do país. Em 1999, este conjunto de templos e santuários foi declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Outro destaque é a área ao redor do lago Chuzenji, com suas águas azuis e as folhagens que chamam a atenção principalmente no outono. Sem falar na “Catarata de Kegon”, de 100 metros de altura.
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Seul, mais de 2 mil anos de história
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Mais conhecida e explorada pelo turismo internacional após ser a sede da Olimpíada de 1988, Seul, etapa final da viagem, mistura em sua paisagem urbana a modernidade das grandes cidades cosmopolitas com o tradicionalismo oriental.
Com mais de 2 mil anos de história e população superior a 10 milhões de habitantes, e às margens do rio Han, Seul é capital da Coréia do Sul há mais de 600 anos, seu principal centro econômico, financeiro e comercial, e referência em tecnologia.
A cidade tem dezenas de pontes e viadutos que ligam as margens do rio Han, despoluído e navegável. Nelas foram criadas extensas áreas com areia, verdadeiras praias, onde a população pratica atividades esportivas e de lazer. Os espaços têm excelente infraestrutura de serviços, que incluem bares, lanchonetes e restaurantes.
Em nossos passeios, incluindo um dia livre, constatamos que Seul transmite segurança aos turistas. De dia e de noite.
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Quem tiver oportunidade de visitar esta cidade, deve incluir no seu roteiro, entre outros, os seguintes pontos: Mercado Myeongdong, a principal região de compras da capital, com numerosas lojas, cafés e barraquinhas; Palácio Changdeokgung, de construções tradicionais e o único dos cinco grandes palácios de Seul declarado Patrimônio Mundial pela Unesco; Palácio Gyeongbokgung, o maior, mais antigo e mais popular de todos, construído originalmente em 1395, destruído e reconstruído várias vezes.
Neste local, há sempre milhares de visitantes, turistas ou não, tirando fotos e filmando o grande complexo formado de pavilhões e jardins. Para quem quiser, estão disponíveis para alugar as tradicionais e coloridas roupas típicas usadas no cotidiano dos coreanos e em dias festivos.
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Em nosso último ato em Seul, que deixamos no dia 6 de abril, visitamos o magnífico Templo Budista Jogyesa e o mercado de antiguidades de Insadong.
Uma viagem que nunca será apagada do nosso diário.